Sociedade
“Não basta disponibilizar insumos é preciso formar camponeses”, diz agrónomo
O engenheiro agrónomo Adérito Costa disse esta terça-feira, 19, à Rádio Correio da Kianda, que o nível de produção dos agricultores familiares em Angola, ainda está muito aquém dos objectivos do combate à fome e a pobreza.
A agricultura familiar em Angola representa mais de 80 por cento de toda cadeia de produção do campo e considerada crucial no combate à fome e a pobreza, numa altura em que o Presidente da República, João Lourenço, fala da necessidade urgente dos países criarem condições que favoreçam o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, para garantir a segurança alimentar e alcançar a meta da fome zero.
O governo, através do Ministério da Agricultura e Florestas, está a desenvolver um plano de acção que visa reforçar o apoio ao segmento familiar, cuja meta é atingir 1,5 milhão de agregados, com a distribuição de fertilizantes e sementes diversas, para além de utensílios e equipamentos agrícolas.
Adérito Costa, diz que mais do que distribuir imputes é importante apostar na formação dos agricultores, para que possa produzir alimentos com qualidade e quantidade desejada.
“Urge a necessidade de as pessoas serem primeiro potencializadas com conhecimento, depois de estarem dotadas de conhecimento com base naquilo que é a necessidade da sua atuação agrícola, só depois é que podemos trazer qualquer outro apoio a ser necessário para potencializar”, disse.
Para Adérito Costa, o combate a fome, precisa de produção com qualidade e o facto passa pela formação dos homens do campo.
“Há algumas pequenas gafes que têm estado a ser cometidas, como no caso de que vamos potencializar os agricultores em termos de oferta de bens, que é propriamente os insumos, na qual constam a semente, os fertilizantes, adubos, defensivos, fitofármacos e não só – mas esquecemos que o uso correto e assertivo de qualquer tipo de adubo de fertilizantes, se não mesmo até de defensivos para o combate ou a prevenção contra pragas, carece de conhecimento – para produzir com qualidade, precisamos ter técnicos que entendam e tenham conhecimento daquilo que estão a fazer”, enfatizou.
Salientar que a proposta do Orçamento Geral do Estado para o exercício económico do próximo ano prevê, para a campanha agrícola 2024/2025, um investimento de 105 mil milhões de kwanzas, com vista a apoiar a produção, com foco em insumos, equipamentos e financiamento a explorações familiares.