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Nagrelha: multiplicam-se reações a volta da morte do “Estado Maior do Kuduro”

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Nas redes sociais estão a multiplicar-se as reações a volta da morte do músico Nagrelha dos Lambas, também conhecido como o Estado Maior do Kuduro, uma referência no estilo musical angolano, com repercussões além fronteira. “Nanã”, como também era chamado, conquistou uma legião de fãs em Angola, e admiradores a nível internacional.

Com o anúncio da sua morte, no princípio da tarde da última sexta-feira, 18, várias são as reações de pessoas que o admiravam, entre colegas e não só. O músico e produtor Heavy C fez um pequeno vídeo, posto a circular nas redes sociais, em que reconhece o talento do seu colega das artes.

Paul G, músico do estilo R&B, também gravou um vídeo. Diferente de Heavy C, Paul G aparece no vídeo do Tok Tok a dançar de forma dublada, uma música a homenagear o artista.

Entretanto, a cantora de JAZZ, Aline Frazão, mostra-se contra a onda de reações sobre a morte do artista das multidões, dizendo que “essa emoção nacional com a morte do Nagrelha faz-me pensar em como Angola se assemelha a um enorme orfanato. Somos órfãos de referências, órgãos de liderança, órfãos de sentido”.

Logo a seguir, a cantora Eva Rap Diva, saiu em defesa, dizendo, no Twitter: “Aline, sai do castelo e faz uns shows nas periferias de Luanda. Nas províncias seria pedir muito, eu sei que conhece a realidade, entende o contexto e conversa com as pessoas de Angola que não sejam do teu ciclo de privilegiados”.

A jornalista Maria Luísa Rogério, também fez um post, este domingo, na sua rede social Facebook, em que reconhece que o preconceito com que é visto o estilo musical Kuduro.

“compreendo que Nagrelha signifique pouco ou nada para algumas pessoas. Eu própria, talvez influenciada por um pseudo-elitismo barroco como diria Raimundo Salvador, também já tinha um certo olhar preconceituoso sobre o Kuduro até ao dia em que entrevistei Euclides da Lomba, salvo erro no ano 2000”, começou o seu texto, acrescentando que quando dança o Kuduro esquece-se dos problemas da vida, pois é um estilo musical que não a deixa indiferente, apesar de não ser aquele a que habitualmente coloca a tocar em casa ou no carro.

“A minha ignorância não me impediu de perceber que tinha duas opções: gostar ou ignorar! Paradoxalmente, gostava de dar uns valentes toques na roda, lá onde a intelectualidade se esvazia, as estéticas etc e tal perdem rede”, escreveu, num longo texto disponível no seu Facebook.