Cultura
Muzongué da Tradição aquece kilamba com os Jovens do Prenda
A homenagem, de acordo com o responsável da casa, Estêvão Costa, visa reconhecer o contributo do guitarrista na afirmação e valorização da música popular angolana ao longo da sua carreira artística.
Para o efeito, o palco do Kilamba vai testemunhar a passagem das três gerações de artistas fizeram e fazem a história do agrupamento Os Jovens do Prenda.
Nascido, em Malanje, a 15 de Dezembro de 1950, Zé Keno foi o principal protagonista da trajectória dos Jovens do Prenda que liderou com invulgar mestria, 4 gerações, tendo iniciado, oficialmente, a carreira musical, ao fundar o conjunto, em 1968, juntamente com Chico Montenegro, Didi da Mãe Preta, Tony do Fumo, Augusto Chacaya, tendo ainda como co-fundadores Kangongo, Mingo e Verry Inácio, aos quais se junta o vocalista Gaby Monteiro.
Uma segunda geração dos Jovens do Prenda surge em 1980 e anos seguintes, com Dom Caetano, Zecax, Mingo Canhoto, Kintino, Twely Bamba, Romão Teixeira, Alfredo Henriques, Deodenay, Tomé Domingos, Conceição Alberto, Luís Matoso “Massy”, José Fausto Ricardo, Cassiano dos Santos, Julinho Vicente. E depois, Zé Mueleteputu, que forma, actualmente, dupla com Imperial Baião.
A terceira geração integra, em 2005/2010, o guitarrista Joca, Dom Pirakanda, Charles, Zé Luís, João Deloba, Benjamim, Esteves e Josué. Segue-se a quarta e última geração, com Missinga e Zinho Santos, nomeadamente. Em todas as fases, Zé Keno foi o líder aglutinador e dinamizador, que ditou o andamento e a estrutura melódica do conjunto.
Para além disso, Zé Keno fez parceria histórica, de profundo valor musical, com Carlitos Vieira Dias, no agrupamento Os Merengues, gravando o festejado “Long Play”, intitulado “Mutudi ya Ufolo”, de David Zé, um hino sublime à independência nacional.
Teve ainda uma passagem pelo histórico conjunto “Águias Reais”. Grande parte dos intérpretes da música popular urbana e os maiores sucessos das décadas de 60/70 tiveram Zé Keno como viola solo, entre eles, David Zé, Urbano de Castro, Artur Nunes, António Paulino, Prado Paim, Óscar Neves, Paulo 9, Paulino Pinheiro, ou Tony Caetano.
O Muzongué da Tradição é um programa que teve o seu início em Fevereiro de 2007 e visa a promoção, divulgação e valorização da música angolana produzida nos anos 60, 70 e 80. O agrupamento Jovens do Prenda e os artistas Zecax, Dom Caetano e Proletário foram os primeiros convidados. O programa acontece mensalmente no primeiro domingo de cada mês.
O evento faz parte da grelha de programas do Centro Recreativo e Cultural Kilamba, antigo Maria das Escrequenhas, que tem ainda “Farrar ao Antigamente” e “Show à Sexta-Feira”.
Reinaugurado em Dezembro de 2001 pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, depois de longos anos voltado ao abandono, o Kilamba se tem dedicado nos últimos anos à promoção e a valorização da música angolana dos anos 1950, 60 e 70.
Angop / Correio da kianda