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Economia

Mulheres têm mais 140 anos para alcançar paridade com homens na chefia de bancos centrais

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Estudo da entidade de análise política e financeira internacional, liderada pelo professor emérito da London School of Economics, Meghnad Jagdishchandra Desai, a que o Correio da Kianda teve acesso, destaca que o “domínio dos homens no topo dos bancos centrais e das instituições financeiras não deve mudar tão cedo”.

O Índice de Equilíbrio de Género (GBI – sigla inglesa) 2023 da OMFIF, um think tank independente para bancos centrais, conclui que, no ritmo actual de progresso, levará 140 anos para o mundo alcançar a paridade entre homens e mulheres em cargos de liderança no sector.

As pontuações do GBI de 2023 reforçam a mensagem de progresso lento já registadas em anos anteriores. As pontuações foram determinadas pelo número de mulheres e homens em cargos de chefia, como governador ou chefe do Executivo. Uma pontuação de 100 significa que uma determinada organização alcançou um equilíbrio perfeito de 50 a 50 por géneros.

Para o presente relatório de 2023 foram entrevistados 46 bancos centrais sobre as suas práticas de recursos humanos relacionadas ao género, e que em muitos dos quais foram identificados inclusive maior selecção de homens em processos de mentorias.

De referir que o OMFIF teve uma percepção mais optimista há alguns anos, mas essa perspectiva foi mudando face à dinâmica lenta adoptada pelos bancos.

Por exemplo, já em 2022 a entidade presidida pelo também economista inglês e nacionalizado indiano, chamava atenção pelo retrocesso na busca pela paridade, embora tenha elogiado o empenho do Banco Nacional da República da Macedônia do Norte, que se destacara como a instituição com a maior proporção de mulheres em cargos de liderança, dado que “cinco dos onze funcionários seniores são mulheres”, sendo Anita Angelovska Bezhoska, a governadora, que é coadjuvada por mais duas mulheres, Emilija Nacevska e Ana Mitreska, e um homem, que juntos desempenham a função de vice-governadores.

No mesmo ano, foram igualmente dignos de destaques os bancos centrais de Aruba e o Norges Bank, ambos presididos por senhoras, nomeadamente Ida Wolden Bache e Jeanette Semeleer, sendo que esta última lidera o Banco Central de Aruba desde 2008.

Entretanto, Angola, cujo banco central é liderado por Manuel António Tiago Dias, que tem Pedro Rodrigo Gonçalves de Castro e Silva como seu vice, não é citado no relatório.

O é o OMFIF?

O OMFIF, de acordo com explicação constante no seu website, é um think tank independente para bancos centrais, e com equipas em Londres e nos EUA, sendo que centra suas acções em temas de política global e investimento relacionados a bancos centrais, fundos soberanos, fundos de pensão, reguladores e tesouros.

Oferece insights por meio de análises e reuniões. A análise do OMFIF baseia-se na experiência de seus especialistas internos e da rede global de membros do sector público e privado. Muitas reuniões do OMFIF têm lugar no seio dos bancos centrais e de outras instituições oficiais.




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