Sociedade
Mulheres e raparigas passam 25 milhões de horas de suas vidas carretando água
Várias mulheres e raparigas no mundo inteiro gastam ao longo da sua vida, 25 milhões de horas em trabalho de acarretar água para as suas residências.
O dado consta de um recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apresentado esta terça-feira em Luanda, por Lorenzo Manicini, do PNUD, no primeiro dia do fórum sobre a participação dos sindicatos para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Para Lorenzo Mancini, no mundo todo, as mulheres e raparigas gastam 25 milhões de horas no total, todos os dias, na tarefa de carretar água para as suas residências.
Outra preocupação daquele responsável do PNUD é o facto de não se valorizar o trabalho doméstico desenvolvido pelas mulheres em suas próprias casas.
Para Lorenzo Mancini não se pode ignorar essas informações que nas estatísticas e relatórios oficiais descrevem e caracterizam as mulheres que fazem trabalho doméstico como sendo desempregadas.
“É também um trabalho digno. A única diferença está apenas no factor salário que elas não têm”, sublinhou.
O alto funcionário do PNUD em Angola mostrou igualmente preocupado com a disparidade salarial entre os homens e mulheres, em que mesmo exercendo o mesmo cargo e desempenhado as mesmas tarefas as mulheres recebem maioritariamente um vencimento abaixo do que os homens recebem.
O fórum sobre a participação dos Sindicatos para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, que termina na quinta-feira, 17, é uma realização do escritório regional da OIT em Angola, em parceria com as organizações sindicais angolanas, sob o financiamento da União Europeia.
No primeiro dia do evento, foram abordados dois temas: a importância da parceria dos sindicatos no âmbito do desenvolvimento socioeconómico, facilitado por Denise Monteiro da OIT e a visão geral dos Objectivos de Desenvolvimento sustentável sustentável (ODS) e da sua importante cuja preleção esteve a cargo de Lorenzo Mancini.
A gestora de programa do OIT em Angola, Denise Monteiro, disse que os sindicatos são vistos como parceiros ideias dos governos que estão focados no desenvolvimento.
“Os sindicatos estão aqui exactamente para promover melhores condições de vida para os seus filiados e até mesmo para a população em geral, para que possam ver as suas preocupações reflectidas em vocês”, disse.
Denise Monteiro adiantou ainda que para a organização que representa, liberdade sindical, a negociação colectiva e a proteção social, nas suas variadas vertentes, entre financeira, assistencialista, contributiva e não contribuitiva, é um direito humano fundamental, ao qual não se pode coartar aos cidadãos.
“O nosso papel como organização das Nações Unidas, é exactamente fortalecer, capacitar, providenciar-vos o maior número de ferramentas possíveis, para que essa negociação seja feita da forma mais eficiente possível”, realçou.
Por sua vez, os participantes, em representação das delegações provinciais dos movimentos sindicais das 18 províncias apresentaram no final, as conclusões saídas do fórum que passa por sessões de capacitação sobre os direitos dos trabalhadores, diminuir a informalidade no sector da empregabilidade, ainda a exigência de maior cobertura da proteção social, acabar com o trabalho infantil, através da divisão do valor do IRT e canalizá-lo para o subsídio de desemprego para as famílias mais carenciadas e cujos projenitores se encontram impossibilitados de trabalhar.
A actividade é realizada no âmbito do projecto “Expansão da Segurança Social para Apoiar a Formalização da Economia Angolana”, implementado pela OIT Angola e financiado pela União Europeia.