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Mulheres acusam ex-presidente da Gâmbia de violação e agressão sexual

As organizações não-governamentais (ONGs) Human Rights Watch (HRW) e TRIAL International denunciaram esta quarta-feira os casos de três mulheres que acusam o ex-Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, de violação e agressão sexual enquanto estava no poder.

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As ONGs citam ex-autoridades gambianas que apontam o dedo a assessores presidenciais que “regularmente pressionavam as mulheres a visitar ou trabalhar para Jammeh, que abusava sexualmente de muitas delas”.

Jammeh está atualmente exilado na Guiné Equatorial, depois de perder a eleição presidencial de 2016 para Adama Barrow.

A Comissão da Verdade, Reconciliação e Reparações da Gâmbia (TRRC) está atualmente a documentar as violações dos direitos humanos cometidas durante os 22 anos de poder de Jammeh, incluindo alegações de violência sexual, pode ler-se no comunicado.

Ambas as ONGs apelam ao TRRC e ao Governo da Gâmbia que assegurem que as alegações de violação e violência sexual alegadamente cometidas por de Jammeh e outros ex-altos funcionários sejam totalmente investigadas e, caso se justifique, alvo de um processo criminal.

“Yahya Jammeh tratou as mulheres da Gâmbia como sua propriedade pessoal”, acusou o advogado da HRW, Reed Brody, que liderou a investigação.

“Violação e agressão sexual são crimes e Jammeh não está acima da lei”, acrescentou, citado na mesma nota.

A HRW e a TRIAL International entrevistaram três mulheres que acusam Jammeh de violação e agressão sexual, e uma quarta mulher que disse que os assessores de Jammeh a confinaram a um apartamento, numa aparente tentativa de abuso sexual.

As mesmas ONGs também entrevistaram oito ex-oficiais gambianos e várias outras testemunhas.

Os oficiais, que disseram ter conhecimento direto dos eventos, incluem dois homens que trabalharam para o Departamento de Protocolo na Casa do Estado (o palácio presidencial); quatro oficiais de proteção para Jammeh ou na residência oficial; uma mulher que trabalhava na residência oficial; e um ex-funcionário da Agência Nacional de Informação.

Os funcionários e duas das mulheres pediram anonimato.

Fatou Jallow (conhecida como Toufah), que alegou que Jammeh a violou em 2015, pediu que seu nome fosse revelado porque queria fazer a denúncia publicamente.

Os entrevistados fizeram acusações detalhadas contra o ex-presidente, segundo a mesma nota, nas quais se alega que este forçou ou coagiu jovens mulheres jovens a práticas sexuais.

Algumas foram colocadas na folha de pagamento do Estado e trabalharam na residência oficial do Presidente como “meninas do protocolo”.

Ex-funcionários denunciaram ainda que Jammeh e os seus subordinados deram dinheiro e presentes às mulheres e lhes prometeram bolsas de estudo ou outros privilégios — ferramentas poderosas num dos mais pobres países do mundo.

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