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Economia

“Muitos empresários angolanos não têm ofertas para investidores de Israel”

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O Presidente da Câmara Angola e Israel, Sebastião Francisco, que falava à margem do fórum económico entre os dois países, reiterou que o grande desafio consiste na identificação de oportunidades e parceiros para estabelecer negócios. Revelou ainda existir dificuldade na compatibilização dos interesses de empresários das ambas partes.

O fórum económico Israel-Angola, que decorreu em Luanda, esta segunda-feira, visou reforçar os laços económicos bilaterais, com vista a aprofundar oportunidades de negócios, comércio e investimentos e assim melhorar as relações económicas dos dois países. Agricultura, saúde, educação, aviação, construção civil, pescas, diamantes, segurança e as telecomunicações são algumas das principais áreas de cooperação de Angola e Israel.

“Há muito interesse por parte de Israel e alguns deste lado, mas os empresários querem saber em que e onde vão investir“, afirmou.

Prosseguiu avançando que “muitos empresários angolanos não têm ofertas para Israel, os projectos apresentados pelos empresários locais muitas vezes não dispõe de estruturas suficientes para serem aceites como primícia para colocação dos seus investimentos”, disse.

“São investidores com muitas experiências em outras partes do mundo, para vir em Angola querem encontrar alguma abertura e estabilidade dos parceiros. A pouca estabilidade contribui no pouco volume de negócios entre os dois países”, assegurou.

Sem avançar os dados exactos do volume de negócio, o titular da pasta presidencial da Câmara Angola e Israel considerou ser baixo o capital disponível entre Israel e Angola.

“Eu não tenho exactamente os números, mas não é mais de trezentos milhões de dólares em investimento das trocas comerciais. Esse é o número muito baixo para o capital disponível,” sustentou.

Corredor do Lobito 

Agricultura e indústria farmacêutica foram destacadas pelo presidente da câmara como os poucos sectores já identificados de interesse.

“Nos últimos cinco anos, os volumes de investimento no mercado africano foram mais de nove bilhões de dólares, apostados em diferentes sectores, com realce na área de saúde. Actualmente está a ser desenvolvido um projecto que visa combater a seca no sul com a construção de três barragens, o que reafirma o compromisso de longo prazo com os projectos nacionais”, defendeu o director de Desenvolvimento de Negócios de Mitrelli, João Germano e Silva.

Para Germano, o Corredor do Lobito é um instrumento que pode servir como motor para vencer e ultrapassar desafios, mantendo o continente num clima de estabilidade económica e social.

“Em termos de infra-estruturas o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, Porto do Lobito, Porto de Luanda, Caminhos-de-Ferro, são demostrações claras que o país está aberto para o mundo”, reiterou.

Já o analista internacional João André referiu que o fórum económico dos dois países vem pôr em revista o biliteralismo económico e político existente, pois a escolha de Angola não é mero acaso, mas sim, o resultado do impacto no âmbito da sua política externa e, sobretudo, como tem sabido liderar com os Estados Unidos da América.

“É o resultado directo, não tenhamos dúvidas daquilo que foi firmado entre o próprio estado de Angola e os Estados Unidos da América”, vincou.

Para o analista, cabe agora Angola saber tirar proveito possível destes fóruns que vão acontecendo de forma bilaterais, sobretudo os estados procedentes com vista a melhorar aquilo que são as condições sociais dos angolanos.

“Quando falamos em tirar bom proveito é no sentido de criar uma reforma na maneira como o nosso país tem sabido lidar no âmbito da diplomacia a quando das assinaturas de vários acordos ou memorando”, enquadrou.

Ressaltou ainda a importância de verificar os aspectos sustentáveis, como agricultura, por isso, no seu entender, os acordos devem ser firmados no âmbito dos interesses nacionais para convencer diplomaticamente outros estados a oferecer serviços e produtos, como a criação de fábricas, para melhorar em todos os aspectos o nível de produção do país

“Esses produtos vão parar a mesa dos angolanos a um preço muito mais barato melhorando consideravelmente a vida dos angolanos, Angola actualmente apresenta uma importância no Xadrez político”, assegurou.

O evento foi realizado pela Embaixada de Israel em Angola, com o tema “”Fortalecendo a Relação de Israel e a República de Angola no Domínio Económico” e teve o apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Câmara de Comércio Israel-Angola, contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura, Ministério do Turismo, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Indústria e Comércio, Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) e a Federação de Câmaras de Comércio e Indústria de Angola e também de empresários dos dois países.




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