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Mugabe resiste à pressão de militares para deixar governo do Zimbábue

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O presidente Robert Mugabe insiste que é o único governante legítimo do Zimbábue nesta quinta-feira (16) e está resistindo à mediação de um padre católico que tenta negociar uma transição de poder pacífica, disse uma fonte de inteligência à agência Reuters.

O padre Fidelis Mukonori está atuando como intermediário entre Mugabe e os generais, que assumiram o controle de prédios públicos na quarta-feira e colocaram militares nas ruas da capital, Harare.

A justificativa dos militares, que evitam usar a palavra “golpe”, é realizar uma operação direcionada a “criminosos” ligados ao presidente.

Mugabe, ainda visto por muitos africanos como um herói da libertação, é repudiado no Ocidente, que o vê como um déspota cujas desastrosas medidas econômicas e disposição para recorrer à violência para se manter no poder destruíram um dos Estados mais promissores da África.

Relatos da inteligência zimbabuana aos quais a Reuters disse ter tido acesso levam a crer que o ex-diretor de segurança Emmerson Mnangagwa, demitido da vice-presidência em outubro, está elaborando um projeto de poder pós-Mugabe para o país com os militares e a oposição há mais de um ano.

Mnangagwa, ex-braço-direito de Mugabe e um dos heróis da independência do país, exilou-se na África do Sul. Na quarta-feira, surgiram relatos não confirmados de que ele estaria voltando ao país.

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