Politica
MPLA, UNITA e Bloco Democrático com grandes desafios antes das eleições de 2027
O antigo deputado da coligação eleitoral CASA-CE, Lindo Bernardo Tito, revelou que os partidos políticos em Angola vão enfrentar vários desafios antes da realização das eleições gerais previstas para 2027.
Lindo Bernardo Tito falou sobre o Bloco Democrático, que disse estar na “Corda Bamba”, o MPLA, que se prepara para o seu congresso extraordinário em Dezembro deste ano, e UNITA que nos últimos tempos tem discutido os seus problemas em hasta pública.
Chamado a analisar, Eurico Gonçalves, cientista político, concorda com as declarações de Lindo Bernardo Tito e começa por fundamentar o caso do Bloco Democrático.
“Com base ao conhecimento cabível eu corroboro com as declarações do ex-deputado Lindo Bernardo Tito. O Bloco Democrático apresenta-se com inúmeros desafios para manter-se no cenário político angolano, que tornou-se cada vez mais exigente, com realce no voto psicológico, tendo em conta os resultados das pesquisas. O Bloco Democrático terá que criar meios para manter-se firme, mas ainda tem oportunidade de transformar essas dificuldades em oportunidades”, disse.
Também em relação ao congresso extraordinário do MPLA, Eurico Gonçalves não tem dúvidas de que servirá para se ver o futuro presidente do partido dos “camaradas” e, consequentemente, o cabeça de lista.
“Independente de quem venha disputar a liderança terá que contar com o apoio e consenso da actual liderança política do MPLA para que se possa viabilizar a continuidade da linha, rumo a vitória esmagadora em 2027, superando o resultado de 2022”, avaliou.
Em relação a UNITA, o analista considera que, o maior partido da oposição em Angola precisa “garantir uma liderança coesa” depois das aparições públicas do actual presidente, Adalberto Costa Júnior e do anterior, Isaías Samakuva.
“O problema interno, com o surgimento da Fundação Jonas Savimbi, penso ter aumentado. É um facto inegável que a direcção da UNITA considera essa realidade de falta de coesão interna. A liderança está condicionada. O que preocupa Adalberto Costa Júnior é a ideia que a UNITA possa se apresentar menos visível com a ida de Samakuva para a Fundação, apesar das aparições públicas no últimos dias. Entretanto, a UNITA precisa, de maneira firme, garantir liderança política coesa. Adalberto como parte da elite, deve exercer autoridade e tomar decisões. Uma liderança política tem que possuir a tendência de exercer o poder político de forma incisiva e isso que falta à direcção da UNITA”, falou, ao avaliar a situação dos partidos políticos antes das eleições gerais de 2027.