Politica
MPLA: primeiros secretários municipais passam a ser substituídos em cada dois anos por mau desempenho
Embora a alteração do modelo de escolha do cabeça de lista do MPLA às eleições-gerais, bem como as mexidas no Bureau Político, sejam os assuntos do momento, os ‘camaradas’ realizaram várias outras alterações aos seus estatutos, passando a determinar, por exemplo, uma avaliação do comportamento e acção política dos líderes partidários intermédios.
Os delegados ao VIII Congresso Extraordinário do MPLA, que terminou nessa terça-feira, dia 17, aprovaram várias alterações aos estatutos, sendo que os primeiros secretários dos municípios passarão a ser avaliados em cada dois anos e meio, e afastados caso acumulem maus resultados.
A medida, que entretanto foi confirmada pelo porta-voz do partido, não põe automaticamente fim ao mandato de cinco anos dos primeiros secretários municipais, mas impõe um interregno para avaliação de seu desempenho, visando tornar as bases mais dinâmicas.
O modelo agora criado não deverá abranger os primeiros secretários provinciais.
Para o MPLA, as bases são em grande medida, responsáveis pelas conquistas e/ou derrotas eleitorais, daí que em diferentes ocasiões, altos quadros são motivados a acompanhar os trabalhos desenvolvidos no interior.
Bento Bento, por exemplo, então na qualidade de primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda, apelava constantemente a necessidade de se “descer e subir com as massas”. Este slogan intrinsecamente ligado à proximidade entre o poder central, intermédio e as bases, traz consigo cumplicidade entre os actores de diferentes esferas do partido, e torna o trabalho de mobilização atractivo e dinâmico.
Já há tempos, o presidente do MPLA, João Lourenço apelou aos responsáveis do partido junto das comunidades a não terem vergonha de assumir as falhas no quadro da governação, esta recomendação carrega igualmente consigo incentivo e desafios sobretudo aos primeiros secretários locais a estarem mais por dentro e activos em prol do partido e do Governo.