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Mbuandja na Kianda

MPLA e UNITA dois assassinos glorificados no auge da Paz

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Com a impetuosa proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, nas três frentes, Luanda, por António Agostinho Neto (MPLA), Zaire Holdem Roberto (FNLA) e Jonas Malheiro Savimbi no seu bastião, Huambo (UNITA), os angolanos, todos, passaram a ser nacionais, desintegrados, por isso, de Portugal que considerava o actual espaço nacional numa província ultra-marina.

No entanto, os direitos e deveres inerentes à condição de nacional viriam a ser, preliminarmente, desviados por causa da ganância pelo poder político dos três principais intervenientes, representando, desta feita, os Movimentos de Libertação acima referenciados. Referimo-nos, porém, das forças políticas da UNITA, MPLA e FNLA.

Começava, neste sentido, o calvário de um povo que sonhou, nalgum dia, usufruir dos tais direitos e deveres de um verdadeiro cidadão nacional e independente. A guerra, entre estes, começou e, infelizmente, levou o tempo que os nacionais, adultos na altura, tivessem passado ao lado dos seus anseios enquanto lutadores pela liberdade.

A guerra que viria terminar a 22 de Fevereiro de 2002 – depois de ceifar mais de um milhão de vidas, segundo as Nações Unidas, 1992) – com a morte de um dos principais promotores e culpados, Jonas Savimbi no caso, para além de ceifar vidas, mutilou pessoas, entre crianças, idosos, jovens, senhoras e senhores. Atrapalhou projectos de vida de todos, fez sair do País milhares e milhares de angolanos e empurrou ao linear da pobreza quase todos os nacionais.

Os beligerantes, assassinos, impiedosos, afectos a UNITA e o MPLA ou ao MPLA e a UNITA, como preferir, os únicos e exclusivos culpados da sangria, da catástrofe, dor, lágrimas dos angolanos, violaram, em nome do seu próprio bem-estar, enriquecimento, da sua hegemonia, poder político e económico, afirmação social, todos os acordos que ao longo do conflito foram assinados.

Violaram os primeiros acordos assinados a 15 de Janeiro de 1975, na cidade de Alvor, no Algarve, em Portugal que, como sabemos, estabeleciam os parâmetros da partilha do poder entre os três movimentos que lutaram para libertar Angola.

Violaram, sem hesitação o protocolo de lusaka, na vizinha República da Zâmbia, assinados no dia 20 de Novembro de 1994, com todos os danos à população sofredor

Violaram, ainda os acordos de Bicesse, assinados na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Estoril, em Portugal, em maio de 1991, que se resumiam na realização das primeiras eleições gerais em Angola.

Durante esse tempo a guerra continuou e matou por culpa exclusiva dos dois, UNITA e MPLA. No entanto, falar hoje de paz como uma dadiva dos políticos de uma ou outra força política que, como dissemos, fez a guerra parece contraproducente, pois, a guerra só existiu por culpa dos dois.

É preciso não glorificar a eles porque não fizeram favor a ninguém ao chegarem ao entendimento do Luena. Devem, antes de mais, ser responsabilizados pelo sofrimento que por ganância própria infringiram ao cidadão.

A paz não veio do outro mundo e não dependia de outras pessoas. A paz dependia deles tal como a guerra foi feita por eles, o sofrimento do povo é da inteira e exclusiva responsabilidade dos mesmos, pelo que, mais uma vez, olhar para eles, no dia 4 de Abril, como os heróis, os salvadores da pátria, é esquecer o mal que fizeram. Devem, neste sentido, receber o reconhecimento de inimigos da paz, em 37 anos de guerra que eles mesmos protagonizaram.

Entendemos que mais do que aparecerem como os bons da fita, os promotores da paz, arquitectos ou mesmo engenheiros que tudo fizeram para o alcance da paz deveriam é assumir as culpas, pedir desculpas aos sobreviventes da mesma – que somos todos nós – pois, a guerra foi feita por eles enão pelo povo.

Reconhecer mérito deles na procura e alcance paz é menos importante do que reconhecer a culpa que tiveram na guerra.

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