África
Movimento Democrático de Moçambique acusa polícia de excesso de força em manifestações
O Movimento Democrático de Moçambique acusou a Polícia daquele país de ter travado, com recurso ao lançamento de gás lacrimogéneo, uma acção política do MDM, no domingo, que pretendia assinalar os 60 anos da vila da Gorongosa, província de Sofala, centro do país, afirmando que foram feridos 50 apoiantes do partido, um dos quatro com assento na Assembleia da República.
O presidente daquele partido, Lutero Simango, afirmou nesta terça-feira, 20, que a carga policial sobre apoiantes do partido na Gorongosa põe em causa o acordo para pacificação do país assinado com o Presidente da República.
“Esta actuação da Polícia da República de Moçambique em Gorongosa já está a pôr em causa todo o processo do diálogo político nacional inclusivo. Porque quando nós assinamos este compromisso político era para normalizar a situação, dizer que vamos sentar todos aqui como moçambicanos e discutir o país”, acusou Simango, em conferência de imprensa.
As autoridades confirmaram que nesta segunda-feira,19, pelo menos duas pessoas ficaram gravemente feridas no domingo numa intervenção da polícia moçambicana para dispersar a marcha do MDM na Gorongosa.
“Que fique bem claro, para todas as moçambicanas e moçambicanos, que a actuação da Polícia da República de Moçambique tem manipulação política. E há violação do número cinco da sexta cláusula do compromisso político assinado no dia 05 de Março, que é sobre a liberdade de realização das actividades político-partidárias. Um partido político nacional, registado, reconhecido pelas leis moçambicanas, não precisa de pedir uma autorização para fazer a sua manifestação política”, disse Simango.
Já o porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique em Sofala em Sofala justificou que o uso de gás lacrimogéneo foi como instrumento de dispersão, pois de forma reiterada foram avisados, “houve sequência de desobediência qualificada, por isso a polícia se viu obrigada a intervir, comunicando à Unidade de Intervenção Rápida”, disse.
“Fomos ao local, esgotadas todas as possibilidades de dialogar, recorremos e houve alguns feridos e dois graves que foram levados ao hospital local”, disse na segunda-feira Dércio Chacate.