Sociedade
Morte de oito jovens em Cacuaco divide opiniões de moradores e familiares
Continua a fazer eco a morte dos oito jovens com idades compreendidas entre os 24 e 32 anos de idade, encontrados mortos na morgue do hospital Maria Pia, isto, depois de alegadamente terem sido supostamente detidos pelo SIC, no dia 14 do corrente mês.
Na zona do Caetano, no município de Cacuaco, a conversa, nos últimos dias, só gira em torno dos oito jovens mortos por pessoas até agora não identificadas. Ao Correio da Kianda, populares dividem opiniões, enquanto que alguns familiares acusam as autoridades policiais locais, com destaque para o SIC, de supostamente terem sido os autores.
“Nem todos são bandidos, meu irmão não é bandido, mas foi morto. Se o país tem leis, é democrático, porquê recorrer a execuções sumárias?”, questionou ao Correio da Kianda, uma das irmãs, de um dos jovens mortos, que não aceitou identificar-se.
Entretanto, alguns populares, falam em grupo constituído por uma associação criminosa, que alegadamente perturbava a ordem e a tranquilidade em alguns pontos de Cacuaco. Jú Domingos, foi um dos ouvidos pelo Correio da Kianda. A este jornal, o citado disse, que apesar de não conhecer todos, dois dos jovens mortos, fazem parte de um grupo de meliantes supostamente altamente perigosos.
“Não vou citar nome, mas tem dois nesta foto que eram dos bandidos que mais assaltavam aqui em Cacuaco”, afirmou.
Sobre o assunto, o Serviço de Investigação Criminal já veio a público pronunciar-se. Em comunicado, informa, que os familiares das vitimas participaram o desaparecimento dos oito jovens às autoridades, dando conta de que os mesmos foram sequestrados numa hospedaria, onde se encontravam a conviver no dia de São Valentim.
De acordo com o documento, testemunhas confirmaram que os jovens foram levados por quatro indivíduos, ainda não identificados, que já estavam no local antes da presença das vítimas, armados com pistolas e sob ameaças de morte, destruindo, em seguida, o sistema de vídeo vigilância da referida hospedaria.
Na sequência dos factos, no dia 17, os corpos dos jovens, antes dados como desaparecidos, foram localizados na Morgue do Hospital Josina Machel e reconhecidos pelos seus familiares.