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África

Mondlane e Podemos de costas viradas em Moçambique

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Em Moçambique, o segundo partido político mais votado nas eleições de 9 de Outubro de 2024, e o seu cabeça de lista, Venâncio Mondlane, estão com discursos desencontrados. Em causa, está o facto do Presidente do Podemos, ter anunciado que os deputados eleitos pelo partido tomarão posse na Assembleia Nacional.

Por sua vez, Venâncio Mondlane considerou que a decisão de Albino Forquilha constitui violação do acordo pré-eleitoral entre ambos, ao admitir a posse dos deputados eleitos pelo partido, até agora sem representação parlamentar.

Numa nota enviada este sábado aos partidos políticos, representações diplomáticas e ao Presidente da República, Filipe Nyusi, cuja autenticidade foi confirmada hoje, junto de Venâncio Mondlane, o candidato, que não reconhece os resultados, recordou que assinou com o Podemos, em 21 de Agosto, um “acordo político coligatório”, válido até 2028, que “regula uma série de questões”, nomeadamente “decisões políticas do Podemos”.

“Estando, o estimável Albino Forquilha, presidente do Partido, numa série de pronunciamentos públicos e políticos, que vão na contramão do acordo, urge alertar ao povo moçambicano, e aos demais destinatários, que tais decisões, pronunciamentos públicos, acordos e negociações são nulos e de nenhum efeito, por violar o espírito e letra do acordo supracitado”, lê-se no documento.

Entretanto, especialistas moçambicanos, como Arsénio Cuco, falam de alegadas convulsões no seio do Podemos, depois do anúncio de tomada de posse dos deputados, o que contraria a posição de Mondlane e está a ser considerada como traição, sendo que o resultado do partido é fruto do trabalho de Venâncio.

Arsénio, disse também que, não é a primeira vez que Forquilha e Mondlane têm posições contrárias, e considerou normal. Em política, “o aliado de hoje, pode ser adversário do amanhã”.

O especialista afirmou que Forquilha sempre foi aberto ao diálogo, e considerou que qualquer líder estaria tentado a tomar posse, tendo em conta os resultados obtidos pelo Podemos, com 40 assentos na Assembleia da República.

O partido até agora extraparlamentar Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), registado em Maio de 2019 e composto por dissidentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), viu a sua popularidade aumentar, desde o anúncio, em 21 de Agosto, do apoio à candidatura de Mondlane nas presidenciais, em resultado de um “acordo político”, pouco tempo depois de Mondlane ter a sua coligação (CAD) rejeitada pelo Conselho Constitucional por “irregularidades”.

No documento, Venâncio Mondlane recordou que Moçambique vive “uma das suas maiores crises políticas geradas pela mega fraude eleitoral” nas eleições gerais de Outubro, e que está “engajado em combater a histórica e cíclica fraude eleitoral”.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.

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