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Mondlane admite ao New York Times estar em conversações com Daniel Chapo

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Em uma entrevista concedida ao jornal norte-americano New York Times, o candidato do Podemos, que, entretanto, assume-se como vencedor das eleições de Outubro de 2024, anunciou estar a manter contacto com o Presidente de Moçambique, que tomou posse esta quarta-feira, 15, em Maputo.

Venâncio Mondlane admitiu estar a se comunicar com o Presidente Daniel Chapo “por meio de um amigo em comum”.

Segundo escreve o Times, sobre a mesa, estariam negociações para acabar com a crise política que se instalou no país após as eleições, a partir da aceitação de um conjunto de reformas apresentadas pelo candidato do Podemos.

Além de emendar a constituição e reformar as instituições governamentais, essas reformas incluem a construção de três milhões de casas para moçambicanos pobres e a criação de um fundo de meio bilhão de dólares para startups lideradas por mulheres e jovens“, lê-se no artigo assinado pelos jornalistas John Eligon and Tavares Cebola.

Contudo, cita o jornal norte-americano, Mondlane mostra-se céptico sobre a aceitação da sua proposta.

“Não sei se todos os itens que estão na minha proposta serão satisfeitos ou não, mas acho que começaremos uma plataforma de diálogo”, disse.

Segundo o levantamento feito pela plataforma eleitoral Decide, pelo menos oito pessoas morreram hoje, nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique, dia da tomada de posse do novo Presidente moçambicano, Daniel Chapo.

Os dados daquela Organização Não-Governamental moçambicana, que monitoriza os processos eleitorais, apontam para três mortos nas manifestações de hoje na província de Maputo, dois na cidade de Maputo, sul do país, e três em Nampula, no norte, elevando a 308 o total de óbitos desde o início das manifestações naquele país do índico.

Ao ser questionado pelos jornalistas sobre o fim dos protestos, o artigo intitulado “‘Queimem Moçambique’: Novo Presidente assume o poder numa nação em alerta”, lê-se que Venâncio Mondlane olha para as manifestações como necessárias:

“Para garantir que as reformas aconteçam, devemos colocar o governo sob pressão”, rematou. 

O candidato da Frelimo nas eleições de Outubro do ano passado, foi empossado nesta quarta-feira, 15, como quinto presidente da República de Moçambique.

No seu discurso inaugural como Chefe de Estado, Daniel Chapo manifestou as linhas de força sobre o reforço de cooperação com instituições regionais e internacionais.

“Na nossa governação vamos ajustar a política externa de Moçambique, em termos de objectivos e acções estratégicas, não só para consolidar as conquistas alcançadas ao longo destes 50 anos, como também, e principalmente, para enfrentar novos desafios e adaptar-se às novas circunstâncias que colocam o país na geopolítica global, em permanente transformação e, assim, maximizar os nossos interesses nacionais”, disse.

Chapo, apelou a união, força e determinação para vencer os desafios, para se alcançar a mudança, trabalhando juntos como uma nação, com base a transparência.

“O futuro de Moçambique está nas nossas mãos. Hoje, mais do que nunca, precisamos de união, coragem e determinação. Não será uma jornada fácil, mas temos que ter plena confiança na força do nosso povo. Cada um de nós tem um papel vital nesta transformação, renovação, mudança e esperança. Este governo será incansável, mas o verdadeiro poder de mudança está na nossa capacidade de trabalhar juntos, como uma só nação”, ressaltou.

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