África
Moçambique: Renamo considera “infantis” deputados do Podemos que tomaram posse na Assembleia
A Renamo, maior partido na oposição em Moçambique, chamou de “infantis” e “principiantes”, os deputados do Podemos que tomaram posse na Assembleia da República.
Os pronunciamentos da Renamo surgem como resposta às declarações do deputado Ivandro Massingue, de 27 anos, que insurgiu-se contra os deputados da Renamo e do MDM, que optaram por não tomar posse para a X legislatura do país, chamando-os de “ratos e Covardes”.
Na reação, a Renamo classificou como infelizes as palavras do deputado “principiante” do Podemos, tendo acusado o partido de representar interesses do partido no poder, a Frelimo cujo presidente eleito é Daniel Chapo, que toma posse nesta quarta-feira.
Para Marcial Macome, porta voz da Renamo, a bancada do Podemos é “infantil” e está composta por “principiantes”. “Essa conduta demonstra falta de maturidade e responsabilidade política. Não é surpresa para nós. Sempre alertámos o povo moçambicano sobre a verdadeira natureza do PODEMOS”, afirmou.
Macome foi mais longe ao reforçar que a génese do Podemos está ligada à Frelimo, referindo-se ao fundador Albino Forquilha, ex-militante do partido no poder.
“O Podemos é um braço da Frelimo no parlamento e não representa os verdadeiros anseios da oposição ou do povo moçambicano”, acrescentou.
A Renamo, que decidiu boicotar a tomada de posse em protesto contra os resultados eleitorais validados pelo Conselho Constitucional, mantém a sua posição de não reconhecer a legitimidade do processo eleitoral, que considera fraudulento.
Por outro lado, o PODEMOS, que garantiu 43 assentos no parlamento e tomou posse como a segunda maior força política, tem enfrentado críticas pela sua postura de aceitação dos resultados eleitorais. Enquanto isso, a Renamo e o MDM, que também boicotaram a tomada de posse, argumentam que o reconhecimento dos resultados seria validar um processo que não reflete a vontade popular.
Lembrar que o Podemos é o partido que tinha como cabeça de lista o político Venâncio Mondlane, que lidera o maior movimento de protesto dos resultados das eleições ocorridas em Novembro de 2024, naquele país lusófono.
O seu presidente, Albino Forquilha, optou por uma rotura com o candidato presidencial Venâncio Mondlane, admitindo a derrota e anunciando a tomada de posse dos deputados que integraram a lista do partido no pleito.