África
Moçambique protesta contra resultados eleitorais
Neste momento, Moçambique vive uma onda de contestação por iniciativa da população, depois do anúncio feito pelo Conselho Constitucional que dá vitória ao candidato da Frelimo, Daniel Chapo.
Em declarações à Rádio Correio da Kianda, o académico e comentador desta estação emissora naquele país do índico, Arcenio Cuco, volta a sustentar que os protestos dos jovens, sobretudo, nada tem a ver com o candidato Venâncio Mondlane.
Arcenio Cuco disse que os manifestantes bloquearam as ruas e há relatos de esquadras de polícias vandalizadas.
O Conselho Constitucional de Moçambique confirmou na tarde desta segunda-feira, a vitória de Daniel Chapo, da Frelimo, nas eleições presidenciais de 09 de Outubro.
O órgão anunciou durante uma conferência de imprensa, na capital do país Maputo, que o candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) alcançou 65,17% dos votos, enquanto que Venâncio Mondlane, do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), ficou com 24,19 por cento, enquanto que Lutero Simango, do partido MDM, ficou em terceiro lugar com 6.62% e em último, Ossufo Momade, da Renamo, com 4.02%.
A Frelimo fica com a maioria absoluta no Parlamento, garantindo 171 deputados, com o estreante Podemos a eleger 43, destronando a Renamo na liderança da oposição.
O comentador moçambicano Lucas Bussoti, comentando no programa especial da Rádio Correio da Kianda, disse que já esperava por estes resultados, e que a nota negativa deste todo processo é a posição da Comissão Nacional Eleitoral sobre as supostas irregularidades denunciadas pelos partidos políticos.
Já o cientista político Eurico Gonçalves entende que esta alteração mínima dos resultados, eram de se esperar, e acredita que Mondlane venha a lançar uma nova onde de contestação.
Por sua vez, o conselheiro de Venâncio Mondlane, Diniz Tivane, disse que apesar de não ter na altura do anúncio dos resultados, conversado com o candidato do Podemos, que o mesmo não aceitaria.
E o candidato Venâncio Mondlane disse antes do anúncio destes resultados, que se houver “verdade eleitoral”, haverá paz. “Se tiver mentira eleitoral, vai levar o país a cair para o caos”.
O período pós-eleitoral em Moçambique tem sido marcado por manifestações violentas convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconheceu os resultados eleitorais.
Nestas manifestações morreram pelo menos 130 pessoas, em protestos marcados por confrontos com a polícia. Houve ainda registo de pelo menos 2.000 feridos e 3.636 detidos até ao dia 15 de Dezembro.
Ouça as declarações no Jornal da Rádio Correio da Kianda, às 19 horas.