África
Moçambique: Polícia abre processo-crime contra Mondlane e seus apoiantes
A Polícia de Moçambique (PRM) anunciou esta segunda-feira, 28, ter aberto um processo-crime contra o candidato presidencial Venâncio Mondlane e apoiantes, pela escalada de violência pós-eleitoral no país.
Em causa, segundo a PRM, estão as manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, nos dias 24 e 25 de Outubro em todo o país, em que apelidou de pacíficas tendo culminado em confrontos entre a polícia e cidadãos, sendo que, no distrito de Moma, província de Nampula, no norte de Moçambique, as autoridades policiais o responsabilizam, e aos seus simpatizantes, pelo incêndio a um posto policial e por se apoderarem de uma arma de fogo.
O porta-voz da corporação, Orlando Mudumane, disse que a polícia moçambicana vai continuar a trabalhar para garantir a ordem e segurança pública, mas pediu a “não adesão a actos de violência e vandalizações públicas”.
“A PRM já abriu um processo-crime contra o cidadão Venâncio Mondlane e seus simpatizantes pelos crimes de incêndio do posto policial, apoderamento de arma de fogo do tipo AK-47, actos que acabam colocando em alvoroço não só o distrito de Moma como também a própria província de Nampula”, declarou
A PRM exige da parte de Venâncio Mondlane e do partido Podemos a devolução imediata da arma de fogo do tipo AK-47 de que se apoderaram os seus membros no posto policial de Chalaua, no distrito de Moma, na província de Nampula.
Acrescentou o porta-voz da polícia, que os atos violentos contra as instituições policiais e os membros da PRM tiveram como consequências 21 membros da PRM feridos, entre graves e ligeiros, um óbito e vandalização de três viaturas e duas residências, incluindo desta feita o posto policial que foi queimado”, acrescentou o porta-voz da polícia.
Recordar que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na passada quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de Outubro, com 70,67% dos votos.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.