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Moçambique: “não se acredita na mudança do que já foi anunciado pela CNE”, diz analista
O analista e jornalista moçambicano Romeu Carlos afirmou este fim-de-semana à Rádio Correio da Kianda que, até ao momento, as autoridades locais continuam em silêncio em torno da onda de manifestações, apesar das consequências relacionadas com a destruição de bens públicos e pilhagem de lojas.
Romeu Carlos disse que, não se vislumbra até aqui qualquer sinal e acredita que eventualmente o Conselho Constitucional não traga surpresas, conhecendo o histórico, porque segundo disse, não é a primeira vez que há manifestações e sublinha que várias vozes não acreditam muito na mudança do que já foi anunciado pela Comissão Nacional de Eleições, mas reconhece o impacto das manifestações dos últimos dias.
“É preciso dizer que esta pressão é intensa, ela pode ter seus impactos no que for decidido pelo Constitucional, mas tudo está nas mãos do Conselho Constitucional enquanto órgão irrecorrível e que determina o que deve ser o resultado absoluto deste processo eleitoral”, disse.
Lembrar que o candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de Outubro em Moçambique, afirmou que, revelará esta segunda-feira, 11, a 4.ª fase de contestação e garantiu, “será extremamente dolorosa”.
O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, a 24 de outubro, dos resultados das eleições, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder desde 1975, na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.