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Moçambique: MISA e emissora alemã repudiam violência contra jornalistas que cobriam protestos pós-eleitoral

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O MISA Moçambique disse, em nota pública, que repudia a violência contra os jornalistas que se encontravam a entrevistar o candidato Venâncio Mondlane, na última segunda-feira, no largo da Independência, na cidade de Maputo, durante a greve geral e manifestações convocadas pelo político por causa da morte do seu advogado, Elvino Dias, e do seu mandatário político, Paulo Gumbe, na sequência dos protesto contra os resultados das eleições de 9 de Outubro naquele país lusófono da África Austral.

Imagens captadas em directo por diversos órgãos de comunicação social, com realce para a Portuguesa RTP e a alemã Deutsche Welle (DW), mostram o momento em que tiros de gás lacrimogêneo atinge o local enquanto decorria a conferência de imprensa, gerando pânico durante a dispersão.

Alguns jornalistas ficaram feridos e foram levados de emergência para um hospital local.

Sobre o assunto, o MISA Moçambique disse que nota-se, através de diversas filmagens feitas no local, “um cordão de segurança da Polícia antimotim a aproximar-se ao local onde os jornalistas encontram-se a fazer entrevista ao candidato Venâncio Mondlane, deitando tiros e gás lacrimogéneo com intensidade, interrompendo a conversa, dispersando os jornalistas e criando uma tensão”.

Apesar de ainda estar em curso o apuramento do número de profissionais de comunicação social feridos no acto, o MISA repudia o acto e apela às Forças de Defesa e Segurança a terem uma actuação profissional.

“Mesmo reconhecendo que a sua actuação pode requerer o uso de gás lacrimogéneo, tal não deve ser indevidamente feito e restringido o direito das liberdades de expressão e de imprensa. A Polícia deve, além de fazer dos jornalistas alvos, reconhecer a importância do seu trabalho de reportar os acontecimentos caóticos que estão a marcar o período pós eleitoral para o País e o mundo, sendo, por isso, necessário garantir a sua protecção”.

Por esta razão o MISA insta às autoridades moçambicanas a evitar o uso indevido da força e a respeitarem as liberdades de expressão, manifestação e de imprensa.

“Por outro lado, o MISA requere que seja feita uma investigação sobre este evento, por forma a apurar se a polícia actuou ou não dentro dos limites permitidos”, lê-se na nota, que acrescenta igualmente que O MISA vai ainda usar a sua posição de defensor dos jornalistas para tudo fazer para esclarecer e responsabilizar, caso seja aplicável, os agentes da polícia que estiveram por detrás do grave ataque contra jornalistas.

Quem também se junta a onda de repúdio é a emissora Alemã DW, que exige do Ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Pedro João Ronda, garantias de segurança para os seus profissionais e reportagens sem interferências.

“É inaceitável que jornalistas sejam atacados por forças policiais e colocados em risco de vida durante o exercício das suas funções”, lê-se no documento assinado pelo Director Geral da Deustche Welle, Peter Limbourg, enviada ao governo moçambicano.

O gestor alemão apelou ainda ao respeito pelas normas democráticas e pela liberdade de imprensa em Moçambique.




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