África
Missão da CEDEAO deixa Bissau depois da ameaça do Presidente Sissoco Embaló
Os mediadores da Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau deixaram o país depois de fortes ameaças proferidas pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. A informação vem expressa no comunicado em que o estadista guineense ameaçou expulsá-los.
Os enviados daquele organismo regional mantiveram encontros com todos os actores da vida política e com a sociedade civil, em busca de uma solução pacífica em meio de divergências entre o Governo e a oposição sobre a data do fim de mandato e da realização das próximas eleições.
Mas, o presidente daquele país da lusofonia, não teve encontro com os mediadores da CEDEAO, por inicialmente, Umaro Sissoco, se encontrar em visita de trabalho na Rússia.
Sobre o assunto, o especialista guineense é de opinião que a CEDEAO não pode actuar só em véspera de crises militar quando têm acontecidos outros golpes, embora reconheça o seu papel como crucial, mas as eleições não serão livres, caso o ambiente político continue como se apresenta actualmente.
O assunto esteve em análise sábado último, no programa “Geração 80”, da Rádio Correio da Kianda. Na ocasião, o jurista e analista residente, David Mendes, disse que a crise que assola a Guiné-Bissau é histórica, entretanto, acrescentou o factor étnico-religioso. Por isso, considera que os cristãos chegam a ser mais intolerantes do que os muçulmanos.
O filósofo Almeida Pinto é da mesma opinião e trouxe o caso dos três líderes de movimentos de libertação nacional, Holden Roberto, António Agostinho Neto e Jonas Savimbi, da FNLA, MPLA e UNITA respectivamente, sendo de filhos de pastores cristãos, que ficaram divididos na busca de um bem comum.
O reverendo Ntoni-a-Nzinga negou essas afirmações e disse que queira no cristianismo ou islamismo há bons e intolerantes, assim como os tradicionalistas e outros, um pouco liberais, apesar dos novos elementos que estão a surgir no cristianismo, face a realidade que se vive, tornaram-se mais fortes.
A missão vai “apresentar o seu relatório, incluindo a sua proposta de roteiro para eleições inclusivas e pacíficas em 2025, ao Presidente da Comissão da CEDEAO (Omar Alieu Touray)”, acrescenta o comunicado.
Segundo o Tribunal Supremo de Bissau, o mandato de Embaló termina a 4 de Setembro. Este último, manteve a mesma data, mas o líder da oposição, Domingos Simões Pereira, fixou o dia 27 de Fevereiro como data final do seu mandato.
Umaro Sissoco Embaló foi empossado para um mandato de cinco anos a 27 de Fevereiro de 2020.