“Incompreensivelmente, o mesmo Sindicato Nacional dos Médicos prossegue a greve e outras ações, alegadamente por falta de disponibilidade do Minsa para o diálogo o que não corresponde à realidade, deixando dúvidas se a greve persegue estritamente os objetivos laborais constantes no caderno reivindicativo, ou outros inconfessos”, lê-se na nota divulgada, a que o Correio da Kianda teve acesso.
Face à continuação da greve e à alegada obstrução nas negociações, o Minsa, em nota, “manifesta a sua profunda preocupação por esta atitude” perante uma paralisação que “prejudica gravemente a saúde (…) das populações, neste contexto de calamidade pública em que o país e o mundo” se debatem “com a pandemia de covid-19 e, no caso de Angola, de outras patologias endémicas”.
“O Minsa, no quadro das suas responsabilidades, reitera o seu compromisso de tomar todas as providências necessárias para a salvaguarda das populações”, acrescenta-se no comunicado.
A terminar, apela o Ministério da saúde aos médicos em greve, que “continuem fiéis ao juramento de Hipócrates a que estão obrigados para a prestação da assistência médica para a salvaguarda da saúde e vida do ser humano, e continuem a desempenhar a sua nobre função com humanismo, dedicação e pondo os seus conhecimentos, enquanto decorrem as negociações”.
O caderno reivindicativo, submetido pelo Sinmea ao ministério em setembro apresenta como primeiro ponto a recolocação imediata de Adriano Manuel, indemnização pelos danos causados pela sua transferência para os recursos humanos do Ministério da Saúde e a nulidade do processo disciplinar contra si.
Em causa está um processo disciplinar movido contra Adriano Manuel por denunciar à imprensa a morte de 19 crianças, de um total de 24, no banco de urgência do Hospital Pediátrico David Bernardino, tendo como consequência sido transferido para o departamento dos Recursos Humanos do Minsa, justificado com a necessidade de mobilidade de quadros.