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Ministro da Energia e Águas diz que Barragem de Caculo Cabaça começa gerar energia em 2024
A primeira turbina de um total de quatro da barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, em construção na província do Cuanza Norte, começa a produzir energia eléctrica a partir de 2024, anunciou o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.
Caculo Cabaça, com 103 metros de altura, será o maior complexo hidroeléctrico do país, com capacidade para gerar dois mil e 172 Megawatts, depois de Laúca, com dois mil e 70 MW.
A primeira pedra para a sua construção foi lançada em Agosto de 2017. Caculo Cabaça constitui o quarto projecto hidroeléctrico erguido no curso do Médio Kwanza, a seguir às barragens de Capanda e Laúca (Malanje), bem como de Cambambe (Cuanza Norte).
Com as três grandes barragens já exploração comercial (Cambambe, Laúca e Capanda), associada à Central de Ciclo Combinado do Soyo e a outros centros de produção, o país dispõe actualmente de uma capacidade instalada de cinco mil e 235 megawatts.
Neste momento, segundo o ministro, decorrem trabalhos de construção do túnel para o desvio do rio, em Caculo Cabaça, comuna do município da Banga. “O desvio do rio é fundamental para que possamos começar a construir a barragem”, sublinhou o ministro em entrevista terça-feira à ANGOP e à Televisão Pública de Angola (TPA).
João Baptista Borges disse estarem a decorrer agora discussões para que se possa garantir o financiamento dos equipamentos electromecânicos da barragem que serão fornecidos pela Alemanha.
Segundo o ministro, os trabalhos decorrem sem sobressaltos, do ponto de vista laboral, pois os problemas que existiam entre a entidade patronal e trabalhadores foram superados com a mediação do Ministério.
“Há um ambiente de diálogo entre empreiteiro e trabalhadores, estando o ministério a acompanhar e a facilitar o diálogo, e estamos optimistas em relação ao desenvolvimento desta obra”, disse.
No Plano de Desenvolvimento do sector, de acordo com o titular da pasta da Energia e Águas, Caculo Cabaça é um projecto estruturante muito importante, porque vai assegurar e cobrir as necessidades do país, cujo crescimento anual em termos de procura ronda os 12,5%/ano.
“Quero recordar aqui que temos um crescimento anual do consumo de energia de 12,5% ao ano. É muito. Estamos a falar que em oito anos o consumo duplica, e oito anos é o prazo de construção de empreendimento desta dimensão, então nós precisamos nos antecipar”, enfatizou.
Em função do aumento das necessidades do país, afirmou, a estratégia do sector é construir empreendimentos que ajudem a antecipar o crescimento da demanda, fazer com que a oferta esteja sempre acima da procura e não voltar aos défices crónicos e restrições que viviam em Luanda, por exemplo, que são desgastantes e causam insatisfação por parte da população.