Sociedade
Ministério Público em Benguela pede condenação do jornalista Francisco Rasgado
A sentença do jornalista e director do jornal Chela Press pode ser conhecida apenas em Junho. Nesta quarta-feira, 27, na sessão de audiência presidida pelo Juiz António Santana, decorrida no Tribunal de Comarca de Benguela, o Ministério Público pediu a condenação do profissional de comunicação, acusado de crimes de injúria, difamação e calúnia, num processo que tem como queixoso, o actual Secretário para Informação do MPLA e ex-Governador de Benguela, Rui Falcão e o empresário Carlos Cardoso.
Na sessão desta quarta-feira, 27, os defensores de Rui Falcão e Carlos Cardoso, pediram ao Tribunal, no momento das alegações, que Francisco Rasgado, o jornalista acusado, pague uma indemnização de um bilião e trezentos e oitenta e quatro mil kwanzas para o ex-governador de Benguela, enquanto que, para o outro queixoso, o seu advogado pediu ao Tribunal, que o profissional de comunicação pague a Carlos Cardoso, uma indemnização de cinco milhões de kwanzas.
Com a sentença marcada para 3 de Junho próximo, Sérgio Raimundo, advogado de defesa, mostra-se confiante na prova produzida em audiência e considera que Francisco Rasgado, na condição de jornalista, cumpriu apenas com o seu papel de denunciar práticas ilícitas do erário Público.
O Sindicato dos Jornalistas, por sua vez, na voz do seu Secretário Geral, Teixeira Cândido, diz estar a acompanhar o julgamento de Francisco Rasgado com algum receio. Teixeira Cândido menciona algumas supostas irregularidades averiguadas na audiência desta quarta-feira.
“Há aqui algum receio da nossa parte em virtude das informações que temos e este receio funda-se no facto do comportamento do Juiz aparentar ter formulado já a sua convicção de que poderá condenar o jornalista”, mostra-se receoso, o Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido.
Francisco Rasgado, director e fundador do jornal Chela Press, foi detido na última sexta-feira, 23, por ordem do Tribunal de Comarca de Benguela, no seguimento do processo-crime movido pelo antigo governador provincial, Rui Falcão Pinto de Andrade e mais um empresário local, num mandado de detenção,assinado pelo juiz de Direito, António José Santana, que não fazia menção aos crimes de que é acusado o jornalista. Facto que, durante este fim-de-semana alimentou críticas da parte da defesa de Rasgado, que responde por suposta calúnia e difamação na abordagem da apreensão de equipamentos para construção civil entregues a uma operadora privada.
