Sociedade
“Ministério do Interior não é o único com problemas na nossa Administração Pública”, diz analista
O especialista em Gestão e Administração Pública, Denílson Duro, considerou que a identificação de mais de 300 cidadãos com cadastro criminal no Curso Básico de Ingresso no SME representa uma grande fragilidade na contratação para a função pública.
Por conseguinte, Denílson Duro defendeu maior rigor e responsabilidade no processo de recrutamento, sobretudo no que diz respeito aos órgãos do Estado.
“Quando falamos de processos de recrutamento em qualquer instituição, o primeiro documento que deve ser observado é o edital. Quando uma instituição, seja ela pública ou privada, pretende recrutar, deve observar os elementos técnicos da ciência da Gestão de Recursos Humanos, que se centram no pressuposto da captação de talentos. No nosso contexto, obviamente, seriam os centros de formação, as universidades e, inclusive, a própria comunidade, que pode ser um meio de captação de talentos”, afirmou.
Conforme publicado anteriormente pelo Correio da Kianda, o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) identificou mais de 300 cidadãos com cadastro criminal no segundo Curso Básico de ingresso.
Para além destes, mais de 400 pessoas apresentaram dificuldades de leitura durante o processo de recadastramento.
Denílson Duro referiu ainda que a falta de observação dos elementos técnicos no último Curso Básico de Ingresso no SME deve servir de exemplo a evitar em todas as instituições públicas do país.
“O exemplo dado neste concurso deve ser observado por outros sectores. O Ministério do Interior não é o único com problemas na nossa Administração Pública”, acrescentou.
Recordar que no passado mês de Novembro, o Ministério do Interior (MININT) suspendeu temporariamente o processo de recrutamento dos mais de cinco mil jovens no Serviço de Migração e Estrangeiros, devido irregularidades registadas ao longo do processo.
Na sequência, foi nomeada uma nova comissão para a revisão de todo o processo de selecção do SME.
Segundo o MININT, o novo cadastramento para o segundo Curso de Migração do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) levou à desistência de muitos recrutas que apresentaram documentação falsa no acto da formalização do processo de ingresso no curso.