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Em meio à crise econômica, Angola sela nova parceria com o Banco Mundial

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Mais de 90% das receitas externas angolanas advém da exportação de petróleo. A queda internacional nos preços dessa commodity vem causando sérios problemas ao Governo desse país para a administração dos gastos públicos. O presidente João Lourenço, empossado há aproximadamente dois meses, já declarou que conduzirá profundas reformas na economia, a fim de estimular o setor secundário e, com isso, reduzir a dependência da exploração de hidrocarbonetos.

Para Makhtar Diop, vice-Presidente do Banco Mundial para a África, um dos principais objetivos da cooperação selada seria o fortalecimento da assistência técnica ao Banco Nacional de Angola (BNA). O BNA é a instituição financeira responsável pela política monetária angolana, controlando a oferta de dólares na economia para evitar maiores desvalorizações do Kwanza* mediante o arrefecimento das exportações.

Diop se encontrou com importantes autoridades angolanas, tais como o Presidente Lourenço e o Ministro das Finanças, Archer Mangueria. Detalhes sobre o novo montante financeiro a ser liberado pelo Banco Mundial ainda não foram liberados. No entanto, o próprio vice-Presidente afirmou que para além de assistências orçamentárias ao Estado, os setores da educação, saúde, agricultura e energia elétrica serão o foco principal do montante a ser desembolsado. Atualmente, o Banco Mundial consta com 37 projetos no país e um total gasto de 332 milhões de dólares. As principais áreas investidas pela instituição são em projetos de desenvolvimento rural, na prevenção de conflitos e na administração macroeconômica.

A consolidação de uma nova rodada de apoio do Banco Mundial a Angola ocorreu justamente em uma semana onde a crise econômica demonstrou novas implicações. Foi anunciado em veículos especializados que a Sonangol, principal empresa do país e responsável pela exploração e exportação de petróleo, detém uma dívida de aproximadamente 2 bilhões de dólares junto a companhias do setor da construção civil.

Tais empresas participaram ativamente em projetos de exploração petrolífera e declaram atrasos em receber os valores referentes as suas quota-partes sobre os projetos realizados. Para especialistas, o montante da dívida é significativo, mesmo para uma companhia de porte amplo como a Sonangol. Segundo a administração da empresa, o atraso nos pagamentos é explicado pelas dificuldades encontradas com a queda nos preços internacionais do petróleo nos últimos dois anos. Acima de tudo, o episódio ilustra as dificuldades econômicas atuais em Angola, as quais impulsionam o Governo a buscar parcerias internacionais – tais como a com o Banco Mundial – para a diversificação da economia interna.

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