Mundo
Medvedev repete gesto dos EUA e ameaça Tribunal Penal Internacional
Após mandado de captura a Vladimir Putin, o ex-Presidente da Rússia e vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, voltou hoje a reagir sobre o assunto tendo ameaçado disparar míssil hipersónico ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Na sua conta pessoal do Telegram, Dmitry Medvedev ameaçou enviar o “míssil hipersónico” Oniks desde o Mar do Norte para o edifício que funciona como sede do Tribunal Penal Internacional, na cidade holandesa de Haia.
“Infelizmente, não pode ser interceptado”, lembrou o ex-presidente russo, descrevendo o tribunal como uma “organização internacional pobre” e “inútil”. “Juízes, olhem bem para o céu.”, avisou.
O mandado de detenção de Putin terá, na óptica de Dmitry Medvedev, “consequências desastrosas” para o “direito internacional”. “É, no fundo, o colapso dos alicerces dos princípios do direito.”
“Agora ninguém vai a nenhum órgão internacional deste género, todos vão preferir negociar entre si. Todas as decisões estúpidas das Nações Unidas vão explodir pelas costuras”, disse Medvedev.
“O declínio sombrio de todo o sistmea de relações internacionais está a chegar. A confiança acabou”, disparou Dmitry.
De recordar que em Setembro de 2018, os Estados Unidos da América também ameaçaram prender e sancionar juízes e outros funcionários do Tribunal Penal Internacional, caso o TPI passasse a acusar qualquer americano que serviu no Afeganistão por crimes de guerra.
À época, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, chamou o órgão de direitos humanos com sede em Haia de “irresponsável” e “totalmente perigoso” para os Estados Unidos, Israel e outros aliados, e disse que qualquer investigação sobre membros do serviço americano seria “uma investigação totalmente infundada e injustificável”. “
“Se o tribunal vier atrás de nós, Israel ou outros aliados dos EUA, não ficaremos quietos”, disse Bolton.
Nesta sexta-feira, 17, o TPI anunciou a emissão de um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra, acusando a Rússia de deportar crianças ucranianas. Além de Putin, a instituição jurídica também mirou na ombudsman infantil, Maria Lvova-Belova.
Contudo, conforme avançou o Correio da Kianda, o anúncio do mandado “acaba sendo uma decisão sensacionalista” visto que “não há validade legal ou documental”.
“Simplesmente se cria uma comoção pública no sentido de que um presidente de um país é ‘procurado’ por uma corte internacional porque cometeu algum crime específico quando legalmente falando isso não tem validade, mas tem peso emocional na opinião pública porque os meios mediáticos adoptam a decisão como uma verdade”, observa o politólogo Lucas Leiroz.