Mundo
“Medo e destruição” após novos ataques em Cabo Delgado, alerta AIS
O “medo e destruição” provocados pela nova vaga de ataques terroristas na província moçambicana de Cabo Delgado, agravam o nível de actividade dos grupos armados, alertou esta segunda-feira, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“Os grupos terroristas que actuam na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, estão particularmente activos desde há uns meses e têm deixado um rasto de medo e destruição por onde passam”, avança a fundação AIS, numa publicação divulgada esta segunda-feira.
A província ao norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos, com o primeiro registo datado a 05 de Outubro de 2017, no distrito da Mocímboa da Praia.
Já este ano foram registadas ataques atribuídos pelas autoridades a estes grupos terroristas nas províncias vizinhas de Niassa, em Abril e maio, e de Nampula, na semana passada, com 45 casas incendiadas.
Na publicação, a fundação pontifícia relata, através de testemunhos recolhidos junto da comunidade católica local, que os grupos terroristas “queimam tudo”, incluindo casas e igrejas, e continuam a matar e a raptar, sobretudo crianças.
“Estamos a falar na destruição de capelas nestas regiões. Muitos cristãos já não têm onde rezar”, destaca-se na nota, citando o Padre Kwiriwi Fonseca, da diocese de Pemba.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre estima que esta vaga de ataques, que começou em Julho, já causou cerca de 60 mil deslocados, em fuga de aldeias dos distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e Mocímboa da Praia.
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, considerou hoje como “actos bárbaros” e contra a “dignidade humana” os ataques terroristas que se registam em Cabo Delgado, província do norte do país.
