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Médio oriente: Jornalista da Al-Jazeera mortalmente atingida em confrontos na Cisjordânia

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Shireen Abu Akleh, jornalista e rosto conhecido do canal de televisão do Qatar Al-Jazeera foi mortalmente atingida por bala esta manhã quando estava a assegurar a cobertura de confrontos em Jenin, na Cisjordânia ocupada, entre palestinianos e militares israelitas.

O Ministério palestiniano da saúde, o canal para o qual trabalhava a jornalista, assim como testemunhas no local afirmam que Shireen Abu Akleh foi atingida por um tiro israelita, apesar de usar um colete para balas identificando-a claramente como jornalista.

Shireen Abu Akleh, jornalista de origem palestiniana de cerca de 50 anos, tinha trabalhado para ‘A voz da Palestina’, a ‘Rádio Monte-Carlo’, antes de se juntar ao canal Al-Jazeera para o qual efectuou reportagens sobre o conflito israelo-palestiniano.

Ali al Samoudi, jornalista que se encontrava com a vítima na altura dos factos e ficou ferido, refere que «estavam a caminho para cobrir a operação do exército israelita quando abriram fogo contra eles», sendo que «uma bala atingiu-o a ele e a segunda atingiu Shireen».

Para o canal Al-Jazeera, a jornalista foi morta de «sangue frio» pelas forças israelitas que pretendem deste modo «impedir os órgãos de comunicação social de fazer o seu trabalho», pelo que apela “a comunidade internacional para que responsabilize as forças de ocupação israelitas por terem intencionalmente visado e assassinado Shireen».

No mesmo sentido, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros do Qatar considerou que «o terrorismo de Estado de Israel tem que acabar e que o apoio incondicional a Israel deve acabar».

Esta versão é contudo desmentida pela parte israelita. Ao informar em comunicado, estar a conduzir um inquérito interno sobre o sucedido, o exército israelita afirma que «não visa os jornalistas» e que «encara a possibilidade de que os jornalistas tenham sido atingidos por homens armados palestinianos».

Mesma tese é privilegiada pelo Primeiro-Ministro israelita Naftali Bennett segundo o qual «parece provável que palestinianos armados tenham aberto o fogo indiscriminadamente naquele momento e que sejam responsáveis da morte infeliz da jornalista».

Refira-se que isto acontece praticamente um ano depois do recrudescimento das violências entre israelitas e palestinianos durante as quais um bombardeamento israelita destruiu as instalações da Al Jazeera na faixa de Gaza. Durante esse período, a ‘Guerra dos onze dias’ (entre os dias 10 e 20 de Maio de 2021) mais de 260 palestinianos morreram e registaram-se 14 óbitos do lado israelita.

ONU exige inquérito independente a morte da jornalista

Entretanto, o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU mostrou-se “chocado” com a morte da jornalista palestino-americana, Shireen Abu Akleh, assassinada na manhã de ontem, quarta-feira, na Cisjordânia ocupada, exigindo uma investigação independente.

“Os nossos serviços estão no terreno para apurar os factos”, refere a agência das Nações Unidas na rede social Twitter, exigindo que se “acabe com a impunidade” e apelando a uma “investigação independente e transparente ao seu homicídio”.

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