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Médicos “chumbaram” por desconhecimento de questões deontológicas e medicinais

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A reprovação dos 733 médicos, que se candidataram à prova de admissão no concurso público do Ministério da Saúde, realizado em Novembro último, tem que ver com debilidades no conhecimento das questões temáticas específicas do seu ofício e não as que visaram avaliar o nível dos conhecimentos gerais, vulgo “cultura geral”, como fazem perceber os candidatos chumbados.

O Concurso público realizado nos finais de 2018 para preenchimento de vagas orgânicas no Ministério da Saúde e que tem estado a provocar várias reações, fruto dos resultados publicados pelo Ministério em referência continua a dominar debates nalguns círculos com interesses no sector da saúde, dado o seu valor transversal na vida dos cidadãos.

Num total de 1.355 candidatos  dos 1.667 inscritos, apenas 622 obtiveram resultados favoráveis e que permite entrar na carreira médica. Os dados foram avançados, em conferência de imprensa, pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que considerou preocupante, porque a maior parte dos profissionais tiveram dificuldades nos exames.

Com as reações negativas dos reprovados e não e que motivaram já a realização de manifestações públicas em que exigiram a demissão da titular da pasta da saúde, o Correio da Kianda procurou perceber, de facto, o fundo da questão e constatou que a prova, elaborada em series, contou com três baterias, nomeadamente:

A primeira bateria de questões ligadas exclusivamente a deontologia profissional, valendo seis (06) valores, a segunda bateria de questões de medicina geral (especialidade de quase todos eles) que valia oito (08) valores e a ultima bateria, de três questões, que valia seis (06), totalizando vinte (20) valores.

No entanto, esta estratificação do teste faz levantar a corrente de cidadãos que defende que, na verdade, a reclamação dos médicos chumbados não tem sentido de existir porquanto mesmo que tivessem errado a bateria, toda, das questões de cultura geral, teriam, no mínimo dez valores, suficiente para passar. Só não passaram aqueles que não responderam acertadamente as questões de cultura geral, deontologia profissional e as de especialidade, ou seja, as de medicina.

Refere, a mesma corrente, que uma das questões constantes da bateria de cultura geral é a que questionava a capital do Sudão do Sul e que nem mesmo esta foi acertada por muitos médicos. Este desempenho menos bom dos candidatos levou a Ministra da Saúde a reafirmar a vontade do governo angolano em apoiar os médicos chumbados, em termos de formação.

“Em entrevista de imprensa a ministra referiu que, durante as provas de admissão, os médicos acertaram apenas algumas perguntas. Com base nisso, esclareceu que o Ministério vai apostar na formação contínua dos profissionais que já fazem parte do Sistema Nacional de Saúde e trabalhar muito com os que estão a entrar agora no sector.

Para a ministra, os resultados de avaliação das provas são uma demonstração de que existem lacunas na profissão. “Um médico angolano deve saber o que qualquer outro profissional domina em qualquer parte do mundo. Mas não vamos abandonar os colegas que tiveram resultados negativos nos exames de admissão”.
A intenção, referiu a ministra, é submeter os médicos a um estágio teórico-prático de reforço de conhecimentos gerais de medicina, cirurgia, obstetrícia, ginecologia, pediatria e saúde pública, para melhorarem a  sua inserção no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para o êxito da formação, a ministra  espera contar com o apoio das universidades e pólos universitários, para que os médicos estejam melhor preparados para o próximo exame.

Recorde-se que o Sudão do Sul é o Estado africano mais novo (2011) independente logo após a Primeira Guerra Civil Sudanesa, o sul do Sudão tornou-se uma região autônoma em 1972. Esta autonomia durou até 1983. A Segunda Guerra Civil Sudanesa desenvolvida anos depois, resultou novamente na autonomia da região, através do Tratado de Naivasha, assinado em 9 de janeiro de 2005 no Quênia, com o Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA/M).

Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um estado independente e a 14 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um Estado-membro das Nações Unidas (ONU) tendo entrado na União Africana em 28 de julho de 2011 e tem como capital a cidade do Juba.

 

 

 

 

 

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