Sociedade
Médicos angolanos entram em greve
O secretário-geral do Sindicato nacional dos médicos de angola (SinmEa), Pedro da Rosa,confirmou em entrevista a oPÁiS a paralisação, a partir de hoje, de todos os médicos, com duração de três dias, em todo o país. os médicos reclamam uma série de condições por parte do ministério da Saúde e só despoletam a greve por falta de resposta do Executivo
O país regista, hoje, a primeira paralisação dos médicos angolanos, desencadeada pelo Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, uma organização criada há menos de um ano com o objectivo primário da defesa dos direitos dos médicos. A greve, marcada para os dias 19,20 e 21, será em simultâneo em todo o território nacional.
O secretário-geral do sindicato, Pedro da Rosa, disse que em todos os hospitais terão um representante do sindicato para os devidos esclarecimento, para além de garantirem que os direitos dos filiados não sejam desrespeitados.
“Todos os médicos cruzam os braços a partir de hoje. A paralisação das actividades médicas e cirúrgicas vão ser observadas em todas as unidades sanitárias pertencentes ao Sistema Nacional de Saúde. Ficam salvaguardados apenas o atendimento médico e cirúrgico nos serviços de Urgência”, garantiu.
Esta única excepção nos bancos de urgência, segundo o sindicalista, é para os utentes definidos como vermelhos, laranjas e amarelos, na triagem de Manchester. A excepção também será dada aos pacientes internados nas Unidades de Tratamentos Intensivos (UTI).
Os médicos estarão no pátio de cada unidade hospitalar a reivindicar melhores condições de trabalho, de forma ordeira e devidamente identificados. Os serviços de atendimento médico, de consulta externas, internamento, ci- rurgias electivas e emissão de documentos estarão indispo- níveis nestes três dias de greve.
“Entregámos o Caderno Reivindicativo, a 6 de Agosto, à entidade empregadora e até 3 de Novembro do corrente não obtivemos nenhuma respos- ta. Depois do segundo fórum de auscultação dos filiados, como manda a Lei da Greve, decidiu-se a entrar em acção. O MINSA respondeu em cima da hora, uma vez que já tínha- mos agendado a greve. Ainda assim, evidentemente, esta- remos abertos para o diálogo”, reforçou.
O sindicalista acrescentou que a resposta da entidade empregadora, para a continuidade da discussão do caderno reivindicativo, não lhes deu a oportunidade para uma avaliação exaustiva da proposta, pois algumas delas carecem de pareceres técnicos (juristas e economistas), por este facto, o SINMEA solicitou 72 horas. O sindicato solicitou um novo agendamento, que poderá́ acontecer depois da greve.