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Médico Adriano Manuel ameaça levar à justiça director do Hospital Pediátrico

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Circulam nas redes sociais, desde as primeiras horas da noite desta sexta-feira, 18, as folhas de salário do médico Adriano Manuel, suspenso há cerca de quatro meses do Hospital Pediátrico de Luanda. Em reacção, ao Correio da Kianda o pediatra promete levar à justiça o director do hospital por vazamento das suas folhas de salário.

As folhas fazem referência a pagamento dos salários bases do período em que se encontra suspenso. São no total 12 folhas de salário, incluindo o décimo terceiro pago em quatro parcelas, pelo Ministério das Finanças, emitidas entre 16h41 e 16h51 desta sexta-feira, 18 de Dezembro de 2020.

Contactado pelo Correio da Kianda, o médico confirma a veracidade dos documentos e promete levar à justiça o director do Hospital Pediátrico. “O primeiro processo está ligado a abuso de poder e que já se encontra em curso, e segundo, por expor nas redes sociais o meu salário. Isto é crime”, acrescentou.

Sobre o facto de ter recebido os salários desde a sua suspensão, ao contrário do que vinha sendo noticiado nos últimos dias, Adriano Manuel esclarece que “eu nunca disse que não recebo os salários bases. O que eles fizeram foi me retirarem a possibilidade de fazer bancos para me asfixiar financeiramente”.

“Como vocês sabem, o médico recebe um salário miserável. E a alternativa que encontramos para aumentar a nossa renda mensal é fazer horas extras nos bancos e é isso que eles me retiraram”, tendo reiterado que nunca chegou a dizer em qualquer entrevista que os seus salários foram suspensos. “Em momento nenhum eu disse que não recebo os meus salários. Repito, o que eles fizeram foi retirar-me a possibilidade de fazer bancos, que permite aumentar a minha renda, e asfixiar-me financeiramente, neste momento de crise, em que as coisas estão difíceis”.

Ao Correio da Kianda, o sindicalista explicou ainda que na passada quarta-feira, 16, foi chamado pela ministra da Saúde, na presença do director Nacional dos Recursos Humanos e do director do gabinete jurídico a oferecer-lhe proposta de direcção. “Me perguntaram se eu não estaria disposto a assumir um cargo de direcção em províncias de Angola, essencialmente em área de formação, e eu neguei”, porque “o objectivo é que eu deixasse de fazer actividade sindical e silenciar-me. Eu não estou disposto a abdicar da minha actividade sindical”, justificou.

No seu entender, as suas folhas de salário foram expostas nas redes sociais para desencorajar a manifestação marcada para este sábado, que entretanto, garante que vai mesmo sair, as 09 horas a partir do Largo da Mutamba.

Adriano Manuel é médico pediatra, no Hospital David Bernadino, de onde está suspenso há cerca de cinco meses, acusado de afrontar as autoridades, quando, nas vestes de presidente do Sindicado dos Médicos Angolanos denunciou a falta de condições de trabalho e de biossegurança contra a pandemia da covid-19.




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