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MEA protesta contra proposta de aumento de 15% do preço das propinas

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Em nota a que o Correio da Kianda teve acesso, dirigida aos ministérios da Educação e das Finanças, o gabinete jurídico do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), adverte o executivo a invalidar a iniciativa da Associação Nacional das Escolas Privadas (ANEP), de aumento de preço de propinas no ensino geral particular, na ordem de 15%, em relação ao preço anterior.

Os estudantes justificam que “tendo em conta a situação económica que o país enfrenta, vulgo a recessão económica, e por Angola ser um país que a maioria da população tem baixo poder aquisitivo, muitos estudantes por falta de financiamento não conseguiram ingressar nas escolas públicas. Esta subida poderá somente beneficiar os donos das escolas e contribuir para o aumento do número de crianças, adolescentes e jovens fora do sistema de ensino, tendo em conta que nesse momento mais de três milhões de crianças estão fora do sistema de ensino por falta de condições financeiras”.

Para o MEA, a aprovação desta subida por parte da ANEP, com a conivência do MED e MINFIN, “deve ser considerada como um acto criminoso”, lê-se na comunicado, e acrescenta que isso é uma educação com objectivo de “matar os sonhos dos estudantes, porque o único interesse é o lucro e não a formação”.

“Entendemos que muitos dirigentes do Governo que têm grandes escolas estão por trás dessa iniciativa criminosa”, diz a nota e sublinha que essa iniciativa é injusta porque não só lesa interesses alheios como coloca o sistema de ensino como um mercantilismo absoluto.

O movimento estudantil alerta que caso o executivo não recuar na sua decisão, poderão “ter respostas severas por parte dos estudantes”.

“Por falta de qualidade de ensino, questões económicas e financeiras que o país atravessa, o executivo não pode avançar com esse decreto, sob pena de haver respostas da comunidade estudantil em geral, que não poderão agradar a imagem de um Estado que se preza ser democrático e de Direito”, alertam os estudantes.

De realçar que o MEA enviou, nesta segunda-feira, uma carta ao Presidente da República, denunciando que mais de três mil crianças ficarão fora do sistema de ensino, por causa de faltas de escolas e esquema de corrupção que tem se verificado em actos de matrículas nas escolas públicas. No documento assinado pelo seu presidente Francisco Teixeira, aponta todas as promessas do Executivo liderado por João Lourenço




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