Sociedade
Mau estado de escola pode deixar mais de 900 alunos fora do sistema de ensino
Os mais de 900 alunos matriculados na escola do ensino primário nº 4035/ORLOG, conhecida por “FAS”, localizada no bairro Vidrul-Alto, no município de Cacuaco, em Luanda, correm risco de estarem fora do sistema de ensino neste ano lectivo 2020/2021, por falta de condições básicas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus no recinto escolar.
Com a reabertura das escolas, nesta segunda-feira, 05, em todo país, a equipa do Correio da Kianda fez uma ronda em algumas escolas do município mais a norte de Luanda, onde foi possível observar escolas reabertas, mas sem a presença de vários alunos e o encerramento de outras.
A escola nº 4035/ORLOG é uma das várias no município que não poderão reabrir por falta de condições de biossegurança exigidas pelas autoridades. A nossa equipa deslocou-se para esta instituição, onde foi possível observar portões encerrados e os alunos a regressarem para as suas casas.
De acordo com o chefe da secretaria, Francisco Sebastião, a “escola precisa de tudo”. Segundo este responsável, o que se precisa não é só de condições de biossegurança, “mas também de requalificação da instituição devido as várias fissuras que ela apresenta”.
Durante uma visita guiada, conseguimos observar a falta de materiais exigidos, casas de banho danificadas, fossa estragada, salas sem chapas, sem chão, sem água, sem baldes e muito mais.
Rachaduras nas paredes colocam em risco as crianças
Francisco Sebastião fez saber que mais de 900 alunos matriculados correm risco de perderem o ano porque, segundo ele, a escola “em qualquer momento pode desabar”.
Por sua vez, os pais e encarregados de educação em entrevista a este jornal, recusam levar os seus filhos ao estabelecimento de ensino.
“Custa-me muito e vou fazer força para que ela não vá. Nestas condições prefiro que ela fique em casa”, desabafa o pai de uma aluna matriculada nesta escola.
Já um outro encarregado diz que esperava que este fosse “o ano que seu filho terminaria o ensino primário” e iria para o primeiro ciclo, mas parece que o sonho tão esperado “foi-se por água abaixo. Nestas condições é impossível. Talvez pedirei transferência para outra escola”, disse.
O secretário deu a conhecer que a administração municipal, a distrital e a municipal da Educação de Cacuaco têm conhecimento da realidade desta escola e que prometeram resolução, mas “até agora ainda não tiveram nenhuma iniciativa”, expôs.