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Politica

Marcha contra o desemprego marca os três anos de governação de João Lourenço

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No dia em que o Presidente da República, João Lourenço, completa três anos desde que tomou posse como chefe de Estado, centenas de jovens marcharam, neste sábado, 26, em Luanda, contra o desemprego.

“O país está completamente em estado de abandono. Estamos perante uma governação infeliz”, considerou o porta-voz do protesto, Fernando Sakwayela.

Os manifestantes reivindicaram o cumprimento das promessas eleitorais do MPLA, feitas pelo então cabeça de lista, o actual presidente João Lourenço, de criação de 500 mil empregos, num protesto marcado por alguns momentos de tensão, com os agentes da Polícia Nacional, mas também pela “conquista” da liberdade de expressão e justiça.

A manifestação percorreu a zona central de Luanda, começando pelas 12h no cemitério da Santa Ana e terminando pouco das 18h, no Largo das Heroínas. Ouviram-se apitos, buzinas e palavras de ordem contra o governo liderado por João Lourenço, a Polícia Nacional e o partido no poder, MPLA, que governa Angola há mais de 40 anos.

Foi possível também observar alguns momentos tensos quando manifestantes mais exaltados tomaram a polícia como alvo da revolta, quatros agentes do Ministério do Interior foram atingidos por objectos arremessados pelos protestantes. Em resposta, a polícia deteve doze jovens. Também mais de cinco cidadãos ficaram feridos, entre eles, duas mulheres zungueiras.

A criação de emprego foi a principal reivindicação dos manifestantes, com os jovens a mostrarem o seu desagrado gritando “queremos o nosso emprego”, “a polícia é do povo, não é do MPLA, “abaixo o MPLA” e “João Lourenço é marimbondo”.

O coordenador provincial de Luanda da quinta marcha e porta-voz da organização, Fernando Sakwayela, disse que o protesto visa forçar o presidente, João Lourenço, no cumprimento da campanha eleitoral de 2017, de criar pelo menos 500 mil postos de trabalho, e chamar a responsabilidade sobre o controlo das famílias vulneráveis.

“Ter emprego é essencial”

Segundo o activista, o nível de desemprego demonstra que existe uma incapacidade do Governo de se reinventar no actual contexto.

“Nós temos um país completamente abandonado, as populações estão entregues à sua sorte, as empresas estão entregues à bicharada, estes conjunto de factores assinala que estamos perante uma governação bastante infeliz”, lamentou

Críticas partilhadas por uma zungueira, dona São, que sentiu-se solidária e juntou-se às centenas de jovens, tendo sublinhado que ter emprego é essencial para as famílias conseguirem sustentar-se. E deu a conhecer que o seu marido e os dois irmãos encontram-se desempregados, chegando a afirmar que o país estava melhor na época de José Eduardo dos Santos.

Apesar de quatro polícias terem sidos atingidos com pedras e de ter ocorrido disparos com balas de borracha e gás tóxicos, as autoridades, que acompanharam o protesto desde o início, conseguiram controlar os ânimos.

Os manifestantes encerraram o protesto com a leitura de um manifesto no qual deram conta do “aumento da taxa de desemprego em mais de 60%, desde 2017, e reafirmaram que neste momento a população “quer comida na mesa e não o PIIM nas estradas”.

Além da capital, Luanda, a quinta marcha contra o desemprego foi realizada nas províncias de Malanje, Bengo, Cuanza Norte, Lunda Norte, Uíge, Huambo, Moxico e Benguela, entre outras, bem como no exterior, como no Brasil, Portugal, EUA, Inglaterra e alguns países dos PALOP.




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