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Manifestantes no Nepal dizem ter assumido controlo do país
Após uma onda de protestos que teve início esta segunda-feira, 08, e escalou hoje para tumultos mortais, que inclusive levaram à renúncia do Primeiro-Ministro, Sharma Oli, os manifestantes no Nepal afirmam ter tomado o país sob seu controlo e pedem a formação de um novo governo e a realização de eleições.
Os manifestantes incendiaram vários prédios governamentais, incluindo o Parlamento, a Suprema Corte e o Ministério Público. Casas de políticos e autoridades também foram alvo de ataques, tendo resultado na morte da esposa do ex-Primeiro-Ministro Jhala Nath Khanal.
Rabi Laxmi Chitrakar estava em casa, no bairro de Dallu, na capital Katmandu, quando o local foi incendiado. A informação é do jornal Khabar Hub e foi atribuída a familiares do ex-Primeiro-Ministro Jhala Nath Khanal.
Chitrakar ficou cercada pelo fogo e chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram a mulher deitada no chão, com queimaduras no corpo, sendo ajudada por socorristas.
Não há informações sobre se algo aconteceu com Jhala Khanal, de 75 anos. Além da casa do antigo Primeiro-Ministro, a casa do premiê mais recente do país, Sharma Oli, que renunciou hoje, também foi incendiada. O ministro das Finanças do país, Bishnu Prasad Paudel, foi outro alvo dos manifestantes, sendo perseguido e espancado na rua, divulgou a TV India Today.
O mesmo aconteceu com o ministro das Relações Exteriores Arzu Rana Deuba e o ex-primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba, que foram igualmente espancados.
Segundo avançou a TASS, o presidente Ram Chandra Paudel e o até então Primeiro-Ministro Sharma Oli foram evacuados de helicóptero pelo exército nepalês.
Os manifestantes invadiram prisões no oeste do país e centenas de prisioneiros escaparam na cidade de Dhangadhi. Mais de 1.500 prisioneiros deixaram a prisão de Nakhu, na cidade de Lalitpur.
Espera-se que ainda hoje, o chefe do Estado-Maior do Exército nepalês, Ashok Raj Sigdel, faça um discurso à nação após os protestos, que tiveram início esta segunda-feira, denominado de “Revolução Geração Z”, que ocorreu do lado de fora do prédio do parlamento em Katmandu e em pelo menos sete outras grandes cidades, conforme avançou o portal Nepal News.
Em causa estaria a decisão do governo de 4 de Setembro de restringir o acesso a alguns aplicativos de mensagens e redes sociais que não foram registados no Ministério das Comunicações e Tecnologia da Informação daquele país, a tempo.
Localizado entre a Índia e o Tibete, o Nepal é conhecido por seus templos e pela Cordilheira do Himalaia, onde fica o Monte Everest. Katmandu, capital do país, tem um bairro antigo em forma de labirinto repleto de santuários hindus e budistas.
Com agências de notícias