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Mali: delegação da África Ocidental optimista quanto às negociações

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O chefe de uma delegação da África Ocidental liderada pelo ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan manifestou-se “muito optimista” quanto às negociações iniciadas no sábado com a junta militar que tomou o poder no Mali derrubando o presidente Ibrahim Boubacar Keita.

Vimos o presidente Keita, ele está muito bem”, disse Goodluck Jonathan, mediador nomeado pela Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com mandato para “garantir o retorno imediato de ordem constitucional” ao país.

“As entrevistas estão a correr bem”, acrescentou.

Antes, os enviados da CEDEAO foram recebidos durante cerca de trinta minutos por membros do Comité Nacional para a Salvação do Povo, incluindo o novo homem forte do país, coronel Assimi Goita.

“As discussões decorreram numa atmosfera muito aberta e sentimos o desejo de realmente avançar”, disse o presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou.

“O papel da CEDEAO é essencialmente apoiar o Mali. A solução que temos de encontrar, e creio que todos concordam, é uma solução que satisfaça primeiro os malianos e que também seja benéfica para todos os países da sub-região”, acrescentou.

As discussões com a junta, que “começaram bem”, vão continuar no domingo e “esperamos poder finalizar tudo até segunda-feira”, disse Jean-Claude Kassi Brou.

Segundo o porta-voz dos militares, Ismaël Wagué, “os intercâmbios com a CEDEAO estão a correr muito bem”.

Ibrahim Boubacar Keita, presidente do Mali, no poder desde 2013, anunciou na quarta-feira a sua demissão, bem como a de todo o Governo.

O anúncio da demissão foi transmitido pela televisão nacional, após Keita ter sido deposto por um golpe militar, horas antes.

O golpe de Estado na terça-feira começou com a detenção de Boubacar Keita e do seu primeiro-ministro, Boubou Cissé pelos militares golpistas, que detiveram também altos funcionários civis e militares, que foram levados para o campo militar de Kati, nos subúrbios da capital maliana.

Este golpe de Estado é o quarto na história do Mali, que se tornou independente da França em 1960. Os militares tomaram o poder em 1968, 1991 e 2012, tendo o último golpe de estado aberto as portas do país a grupos ‘jihadistas‘.

Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.

Por Lusa