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Malária mata 25 pessoas por dia em Angola

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Nos primeiros 3 meses de 2018, Angola acordou dia após dia para a mesma realidade: a cada 24 horas cerca de 25 mortes por malária.

Com um plano de emergência de combate à doença em marcha, Angola continua, no entanto, a ser fustigada pela malária, que é a primeira causa de morte no país e o principal motivo de internamentos hospitalares e de abstenção escolar e laboral.

Alexandrina Batalha conhece bem esta realidade. É a primeira angolana doutorada em Portugal e dedicou os últimos anos da sua vida a investigar a prevalência e propagação de doenças endémicas no continente africano. Em 2015, publicou a tese de doutoramento “Geopolítica das Grandes Pandemias e Endemias na África Subsaariana”. Para a investigadora, a incidência da malária em África “não é um problema de saúde, mas de políticas de saúde” e as causas estão bem identificadas.

“Em Angola morrem 2100 pessoas derivado a picada de mosquitos, que é uma doença antropogénica, que é uma doença que está dependente da vontade política para ser erradicada. E essa doença não tem muito a ver com o ambiente, mas principalmente tem a ver com as más políticas de saúde, com a falta de saneamento básico, com a falta de água potável, latrinas nas habitações, enfim, todo um conjunto de indicadores de pobreza que mostram realmente que não há uma política de saúde e que nós temos tido infelizmente dirigentes corruptos, que são eles que conservam a pobreza, e eu afirmo mais uma vez que a pobreza e a corrupção são as grandes pandemias que colocam África Subsaariana na cauda do desenvolvimento do mundo”, defende a investigadora.

No início deste ano, a Ministra da Saúde Angolana, Sílvia Lutucuta, já tinha anunciado um programa de emergência de combate à malária, tendo em conta os números de 2017, que apontavam para cerca de 4 mil mortes pela doença até Agosto.

No entanto, numa análise ao orçamento de Estado para 2018, a organização não-governamental angolana ADRA e a Unicef alertaram para um decréscimo do investimento do executivo na saúde.

Contactado pela Euronews, o Ministério da Saúde de Angola não se mostrou disponível para prestar declarações até à data de publicação desta reportagem.

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