Economia
Malanje e Bengo ganham centrais fotovoltaicas
As províncias de Malanje e do Bengo vão assistir ainda este mês, o arranque da construção das respectivas centrais fotovoltaicas, a serem construídas pelo consórcio Sun África e Omatapalo, num projecto avaliado em 900 milhões de Dólares.
As duas empresas ganharam a empreitada e constituem consórcio para execução do projecto, depois de auditadas as suas competências, capacidades e compliance pelo Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos da América (EXIM-Bank), cuja Presidente, Reta Jo Lewis, em visita que realizou a Luanda, assegurou o financiamento anunciado pelo presidente Joe Biden.
As duas centrais de energia fotovoltaica, terão uma capacidade total de geração de 500 MW de energia, ao abrigo de um projecto avaliado em 900 milhões de USD financiado pelo Banco de Exportação e Importação EUA (EXIM-Bank).
O Ministério de Energia e Águas garante que a implementação do projecto, arranca ainda este mês de Julho e será executado pelo consórcio das empresas Sun África e Omatapalo.
Em Malanje, de acordo com uma nota enviada ao Correio da Kianda, a central fotovoltaica será instalada nas proximidades do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, e vai produzir energia, sobretudo durante o dia, contribuindo desse modo para o equilíbrio do funcionamento do sistema e para acumulação de reserva de água assegurada a capacidade de produção da central nos períodos nocturnos.
Na província do Bengo, a central fotovoltaica terá como missão suprir as necessidades energéticas que resultam do aumento do número de unidades industriais em Catete, e da incapacidade de se atender a demanda nos casos de redução da vazão do rio que condiciona os níveis de geração de energia do Aproveitamento Hidroelétrico das Mabubas (construída na década de 50 para alimentar a cidade de Luanda), que funciona com quatro grupos geradores debitando cerca de 25,6 Megawatts na rede do Sistema Norte.
Adicionalmente, acrescenta ainda a nota, numa fase subsequente deste projecto, está prevista a electrificação de 26 municípios e 56 comunas nas províncias do Namibe, Cuando Cubango, Huíla e Cunene, através de sistemas híbridos de geração solar fotovoltaica e programas integrados de abastecimento de água potável. Nesta fase, está prevista também a construção de 65 mini-redes solares, para produção e armazenamento de electricidade, ligação de infraestruturas e a expansão das redes de distribuição de água.
A empreitada conta com um financiamento de 900 milhões dólares do Banco de Exportação e Importação EUA (EXIM-Bank) e faz parte das intervenções definidas como prioritárias pelo Presidente João Lourenço, durante a visita que realizou a Washington, em Dezembro de 2022. Nessa ocasião, o Presidente americano Joe Biden assegurou, como primeiro passo do incremento das relações entre os dois Estados, o apoio financeiro do Governo norte-americano a Angola, no âmbito do cumprimento dos compromissos climáticos e energéticos assumidos.
Para o efeito, e coincidindo com a celebração dos 30 anos do estabelecimento de relações entre os EUA-Angola, esteve em Luanda, no passado dia 17 de Julho, a Presidente do Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos da América (EXIM-Bank), Reta Jo Lewis, que foi recebida em audiência pelo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, com quem abordou o estado de execução dos projectos em curso no país e que têm a participação dessa instituição financeira.
Num encontro com o Ministério da Energia e Águas, entre outros que manteve com diferentes membros da governação, Reta Jo Lewis foi informada que, no âmbito da diversificação da matriz energética de Angola, com foco no aumento da componente das energias renováveis, o Governo angolano tem traçado um plano para desenvolver e executar um conjunto de projectos, que visam aumentar a oferta de energia limpa (renováveis), em grande escala de produção, a partir de centrais solares fotovoltaicas.
As duas entidades abordaram também, aspectos relacionados com a liberalização de um financiamento na ordem de 1.5 mil milhões USD para implementação de projectos que contemplarão sistemas isolados de produção de energia e abastecimento de água potável.
Os projectos da empresa americana Sun Africa, alinhados aos objectivos da Conferência do Clima COP26 e que visam garantir o acesso à energia limpa, foi outro tema discutido durante o encontro, tendo a Presidente do Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos da América (EXIM Bank), Reta Jo Lewis, reunido de seguida com representantes da Sun África e da Omatapalo, empresas americana e angolana envolvidas na execução do projecto de energia solar recentemente aprovado.
A participação da Omatapalo nesse consórcio com a Sun África, resulta não só da competência que esta empresa tem demonstrado na execução de diferentes projectos em Angola e em Portugal, mas também, do escrutínio realizado pelas autoridades americanas no domínio do cumprimento das rigorosas medidas de compliance que exige, que torna assim esta empresa numa entidade de reconhecida credibilidade, no conjunto de outras, para o estabelecimento de parcerias com empresas americanas, com intervenção em projectos financiados por aquele Governo.