Opinião
Mais um pouco de Estado de Emergência para inglês ver
E lá vem mais 15 dias de Estado de Emergência.
O nosso Executivo está realmente preocupado com a saúde e a dar verdadeira mostra de que saúde vem antes de economia. Bonito!
Mas estaremos mesmo a fazer tudo para evitar a proliferação do vírus? É que neste pouco tempo, o nosso Executivo tomou uma série de medidas, e concordemos, algumas contraproducentes, a tal “maka” da economia!
O verdadeiro desafio nesse período do COVID não é a doença. É conseguir prevenir e manter a economia activa. E numa realidade como a nossa, esse desafio tem espinhos mais duros. Nisso vamos vendo o nosso Executivo numa verdadeira corda bamba, a tomar decisões que nada mais fazem senão anular as intenções de protecção: permitir as praças por três dias. Sim, bem estranho. Primeiro que numa praça é quase impossível se cumprir os tais requisitos distanciamento e de contacto. Até mesmo de levar as mãos a boca, nariz ou olhos…, o calor obriga a isso. Depois, e já nessa última forma de EE, vai abrir o comércio quase todo. Sem espalhar o pessimismo, mas que alguém me convença que com o comércio quase que a 100%, vamos impedir as pessoas de saírem. E mais, agora também já vamos a 50% de funcionários públicos diários e não é só isso, também 50% de lotação nos candongueiros e autocarros, mais gente nas ruas, com mais gente junta dentro de recinto fechado, essa combinação não cheira bem. Aí sim, tem a obrigatoriedade de usar máscara. Sim, tem. Mas todos sabemos como nós cumprimos a risca as mormas. Só lembrar de como um certo ministro tirou a filha do aeroporto.
Como se não bastasse tudo isso e a possibilidade da tal transmissão comunitária já existir a muito por cá, ainda fomos buscar uma doente disfarçada de médica em Cuba. Sim, não ser pessimista é o que muitos como eu querem, mas a testar menos de 100 por dia, a permitir que as pessoas saiam de Luanda, epicentro da doenca, para as demais províncias, o nosso Executivo só poderá estar a testar a nossa capacidade cardíaca.