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Maioria dos deputados trava processo criminal. Temer canta vitória
“A decisão soberana do Parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas uma conquista do Estado democrático de Direito, das instituições e da própria Constituição”, declarou, no final da votação.
“O poder da autoridade, tenho repetido isto, é a lei. Extrapolar o que a Constituição determina é violar a democracia (…) Hoje estes princípios venceram com votos acima da maioria absoluta”, acrescentou.
A votação, que impediu a denúncia de corrupção contra o Presidente brasileiro, terminou com 263 votos a favor do arquivamento, 227 votos contra e 21 abstenções e ausências.
Michel Temer declarou que, “diante desta eloquente decisão”, pretende seguir “em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que o Governo começou há pouco mais de um ano”.
“Estamos retirando o Brasil da mais grave crise económica da sua história. É urgente colocar o país nos trilhos do crescimento, da geração de empregos, da modernização e da justiça social. Não parei um minuto sequer desde o dia 02 de maio de 2016 quando assumi o Governo e não descansarei até o dia 31 de dezembro de 2018 quando encerrarei o Governo”, salientou.
O chefe de Estado brasileiro adotou um tom conciliador ao comentar a polarização política que divide a nação sul-americana desde as últimas eleições presidenciais em 2014.
“Aqueles que tentam dividir os brasileiros erram. Todos nós somos brasileiros, filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres. Devemos todos nos dedicar a fazer um Brasil cada vez melhor”, frisou.
“Eu quero construir com cada brasileiro, com cada brasileira, um país pacificado, sem ódio ou rancor. Nosso destino inexorável é ser um grande país. Portanto, é preciso acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores. É hora de atravessar a ponte para o futuro que o Brasil merece”, concluiu.
Michel Temer foi formalmente acusado pela Procuradoria-geral em junho, depois de dirigentes do grupo JBS, maior processadora de carnes do mundo, terem assinado um acordo com a Justiça no qual confessaram crimes em troca de um perdão judicial.
Nos depoimentos que deram aos procuradores, os membros da JBS confessaram que subornaram o chefe de Estado brasileiro para que a empresa obtivesse favores de diversos órgãos do Governo.
Um dos acionistas maioritários da JBS, o empresário Joesley Batista, também entregou a gravação áudio de uma conversa que teve com o Presidente em maio na qual os dois combinam supostamente o pagamento de suborno para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha, condenado por envolvimento nos desvios cometidos na petrolífera brasileira Petrobras.