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Luanda

“Maior problema do hospital geral é a falta de assistência médico-medicamentosa”

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O presidente do Sindicato dos Médicos Angolanos afirmou, por meio de um documento posto a circular nas redes sociais este domingo, 15, que “os médicos do Hospital Geral de Luanda são uns autênticos heróis”. Adriano Manuel faz ainda revelações “assustadoras” sobre o estado daquela unidade hospitalar, a forma “desumana” que os médicos e enfermeiros trabalham, bem como a gritante falta de assistência medicamentosa.

“O hospital geral já nasce com má formação congénita. Muitos de nós lembra-se que o mesmo, depois do nascimento, num curto espaço de tempo, teve que ser reabilitado, pois apresentava uma série de fissuras, que se não sofresse uma boa intervenção corria o risco de desabar, levando a mortes de pacientes e de funcionários”, disse e continuou: “o maior problema do hospital geral é sem sombra de dúvidas a falta de assistência médico-medicamentosa”.

O médico revela também que o banco de urgência chega a funcionar com dois médicos em cada área (cirurgia, medicina, ginecologia e obstetrícia) “atendendo muitas vezes mais do que mil pacientes”.

O sindicalista disse também que o Hospital Geral de Luanda não funciona com os recursos humanos para o qual foi construído, funcionando apenas com “25% do pessoal, sendo 75% constituído por estagiários em várias áreas de serviço (médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório e raio X), com destaque para classe médica”.

Adriano Manuel realça que muitos destes trabalham “sem remuneração”, constituindo uma “espécie de exploração institucionalizada”, apontou.

O médico destacou que tudo isto acontece com conhecimento de “todos os governadores que passaram por Luanda”, indicou também que, tendo em conta a sobrecarga de trabalho em relação ao número de pacientes que acometem os hospitais versus o número de profissionais, “associado às péssimas condições de trabalho”, tem levado “os profissionais a adquirirem a síndrome de Bornout (exaustão extrema)”.




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