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Máfia de combustivel leva agentes do SIC Luanda à Cadeia

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Mais de vinte cidadãos nacionais encontram-se detidos, em Luanda, segundo as autoridades, por estarem envolvidos num esquema de desvio e venda de combustível furtado nos centros de abastecimento da Sonangol, sitos em Luanda, especificamente.

As detenções, apurou o Correio da Kianda, resultam de uma mega operação que está a ser levada a cabo pela Polícia Nacional e o Serviço de Investigação Criminal um pouco por toda Luanda.

Este jornal sabe de fonte ligada a um dos detidos que o grupo, bem coordenado, actua com maior incidência no Município de Cacuaco, zona em que tem reservatórios clandestinos de milhares e milhares de litros.

A rota e o esquema do combustível milionário

O grupo tem construídos reservatórios de grande capacidade de armazenamento preferencialmente nos bairros Mabor, Eco Campo, Kicolo, Paraiso, Simangol, em Cacuaco, Luanda Sul, Kapalanga, Zango e estalagem, em Viana, em quintas cujo muro esconde tudo que se encontra dentro e sem acesso de pessoas estranhas nem mesmo de agentes de autoridade, pois, durante o dia às quintas permanecem fechadas e no calar da noite entram em acção com carregamento de combustível.

Aos finais de semana o referido grupo fortemente assegurado retira o combustível de Luanda em camiões apropriados – muitas vezes utiliza camiões timbrados com o símbolo da sonangol – e faz a distribuição nas províncias do Bengo, Zaire, Uíge Kuanza Norte e Malange.

A escolha dos finais de semana, conta fonte policial, resulta do facto de ser este período que a Polícia diminui a sua presença nas vias públicas para além de contarem, também, no seio deles com pessoas bem informadas das movimentações policiais.

Para além de levarem o combustível para fora de Luanda, trabalham ainda com uma rede enorme de pequenas bombas espalhadas em Luanda, as chamadas bombas descartáveis e de contentores, principal via da venda dos combustíveis desviados da sonangol.

O grupo que tem neste momento alguns integrantes detidos, conta a fonte, foi flagrado a transportar cerca de doze camiões de gasolina de Cacuaco para Uíge onde seriam descarregados nas bombas construídas pelos mesmos e o produto todo está avaliado, avança, em cerca de 200 milhões de dólares.

Como conseguem e quem os proteje?

A nossa fonte avança que aquele grupo movimenta dezenas de camiões todos os dias para abastecer quer as bombas espalhadas em quase todos os bairros de Luanda, para além do que leva às províncias porque conta com apoio de funcionários da PRODEL, empresa responsável na gestão das centrais térmicas, empresas contratadas pela sonangol para o transporte de combustível, proprietários de bombas de combustíveis, alguns deles, igualmente, detidos durante a operação.

Para evitar interpelações por parte de agentes da Polícia Nacional a máfia contratou agentes do SIC Luanda que fazem coberturas e no final de cada operação comercial recebem dos donos dez porcento do valor da venda.

Há ainda, e já detidos, efectivos da Polícia Nacional que com a mesma missão trabalhavam para o grupo. Para estes nalguns momentos movimentavam patrulhas policiais para escoltar camiões cisternas até fora de Luanda e no final recebiam, também, dez porcento.

“é um esquema milionário e fez muitos ricos. Já imaginou receber dez porcento de cem milhões de dólares?” questionou a fonte que domina bem o processo.

A mesma fonte confidenciou que nesta operação foram detidos mais de cinco agentes do SIC Luanda e agentes da polícia que trabalhavam com o grupo na facilitação da transportação do produto pelo que reforça que as investigações prosseguem e poderão ser detidas mais pessoas.

Na operação para além das detenções foram apreendidos camiões cisternas que utilizavam, viaturas de alta qualidade, encerraram bombas do esquema fraudulento, instalações adquiridas com o dinheiro do crime.  




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