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Macron anuncia retirada das tropas francesas do Mali e diz que Junta não partilha as mesmas prioridades
Texto da redacção de língua portuguesa da 6ª Cimeira União Europeia — União Africana / Bruxelas 2022.
Emmanuel Macron, o presidente da França, anunciou a retirada das tropas francesas no Mali depois de se encontrar com líderes africanos antes da cimeira UE-UA.
Falando em Paris na quinta-feira, Macron disse que a UE e a França já não partilham as mesmas prioridades com o governo do Mali.
“Não podemos permanecer militarmente empenhados com autoridades com as quais não partilhamos as mesmas prioridades”, disse Macron.
Ele também prestou homenagem aos soldados que morreram no Mali, enquanto lutavam contra o terrorismo na região. Cerca de 52 soldados franceses terão morrido no país.
A França tem um pouco mais de 4.000 soldados no Sahel, com a maioria deles estacionados no Mali.
Macron diz que a maioria deles será agora redistribuída para outros países no Sahel, onde a UE e os seus combatentes africanos estão a combater os terroristas da Al-Qaeda e do daesh. Contudo, Macron confirmou que o apoio aos civis no Mali iria continuar.
Macky Sall, o presidente do Senegal e presidente da União Africana, expressou a sua gratidão à UE e concordou com o movimento de retirada das tropas.
“Esperamos que isto permita ao Mali e aos outros Estados regressar à dispensação civil normal”, observou Sall.
Nana Akufo-Addo, que representa a CEDEAO, disse que a África tem de manter a luta contra o terrorismo. Acrescentou que a África “não pode deixar os terroristas permanecerem em África, depois de serem perseguidos do Médio Oriente e do Afeganistão. A África não pode ser o centro do terrorismo global”.
Macron acrescentou que não acredita que a missão no Mali tenha sido um fracasso. Ele insistiu que as tropas francesas não morreram em vão, afirmando que o seu país e a UE devem respeitar a soberania do povo do Mali.
A intervenção francesa começou em 2013. Em Agosto de 2021, os EUA aceleraram a retirada das suas tropas no Afeganistão, após 20 anos de luta contra o terrorismo talibã na região. O país perdeu 2.448 americanos na batalha que custou mais de um trilião de dólares.