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Lucas Ngonda suspenso da FNLA

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Os membros do Comité Central da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) suspenderam, neste sábado, o presidente dessa formação partidária, Lucas Benghy Ngonda, por alegados “desvios graves da linha política do partido”.

Preocupados com a situação do partido e visando evitar que a sua existência fique comprometida, tomaram a decisão durante uma reunião realizada em Luanda, sob iniciativa de 50 porcento (+1) dos membros do Comité Central.

No seu comunicado final, os membros do Comité Central fundamentam que é obrigação do presidente a manutenção do espírito e da prática sistemática de diálogo, unidade, tolerância, imparcialidade e reconciliação entre todos os membros da FNLA.

Consideram que Lucas Ngonda tornou-se “num factor de divisão e de instabilidade no partido”.

Denunciam que o presidente da FNLA se recusou a fazer uma concertação pedida por militantes, quadros e dirigentes, mandatados em assembleia do partido, no dia 30 de Julho de 2016.

Explicam que foi proposta a resolução dos mal-entendidos existentes no partido, através do diálogo directo e franco, no quadro das estruturas partidárias.

Fundamentam ainda a sua decisão com alegadas “violações constantes e permanentes” dos estatututos, por parte do presidente do partido, que afirmam não cumprir “com as resoluções, princípios, e abusar das suas funções”.

Afirmam que Lucas Ngonda “toma medidas de carácter pessoal, sem cumprir com as normas estabelecidas no Regulamento de Organização e Funcionamento das estruturas do partido e no regulamento de disciplina do militante da FNLA”.

Neste contexto, os membros do Comité Central da FNLA indicaram Fernando Pedro Gomes para exercer as funções de presidente interino do partido, Nsansi Ya Ndele Manuel, como vice-presidente e Ndonda Nzinga como secretário geral interino.

Recomendam o alargamento do actual Comité Central, através de emendas estatutárias, a serem propostas pelo Bureau Político, e a criação de uma comissão preparatória do congresso extraordinário inclusivo, convocado para os dias 28 a 30 de Abril do ano em curso.

Para este congresso extraordinário inclusivo, são convocadas todas as alas da FNLA, tendo por objectivo fundamental a unidade do partido e a adopção da estratégia eleitoral para as eleições gerais deste ano.

Segundo fontes do Correio da Kianda, decorriam conversações preparatórias entre Ngola Kabangu e Lucas Ngonda com vista à reunificação do partido. Mas, parece que, já era pretenção de Kabangu avançar com um congresso, cujo objectivo passaria pela sua eleição para presidente do partido.

Ao intervir no acto, Fernando Pedro Gomes disse que vai procurar buscar a unidade do partido, mantendo o dialogo com todas as partes em conflito e traçando uma estratégia visando ressurgir esta força política, formada em 1961.

Apelou, por outro lado, aos cidadãos ainda indecisos para fazerem o registo e a actualização dos seus cartões eleitorais, com vista a participarem nas próximas eleições.

A FNLA obteve no sufrágio de 2012 um total de 1,13 porcento dos votos, assegurando dois deputados na Assembleia Nacional.

Lucas Ngonda foi confirmado presidente da FNLA em 2012, pelo Tribunal Constitucional, depois de divergências com Ngola Kabango, na senda da morte do fundador do partido Holden Roberto.