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Luaty Beirão lança neste momento livro diário da prisão
Apresentado em Portugal e no Brasil ao longo do último ano, Luaty Beirão lamentou, em declarações à Lusa, que não tivesse sido possível fazer em Luanda a primeira apresentação do livro, que teve como base o diário que conseguiu fazer sair da prisão – onde esteve com outros 16 ativistas angolanos, no mesmo processo, entre 2015 e 2016 – no interior de um jornal.
“Primeiro houve uma grande demora, anormal, para os livros saírem da Alfândega e depois houve a dificuldade de encontrar um sítio para realizar um evento como este, associado ao meu nome, que infelizmente ainda é uma luta. Estamos a sondar, para ver se há novas fronteiras, mas estes obstáculos iniciais tiveram a ver com auto-censura, não houve nenhuma pressão institucional”, explicou.
“Vamos ver se não vai haver pressão sobre os proprietários [do hotel]. É preciso a gente continuar a experimentar, a ver até onde podemos empurrar estes limites que nos são impostos, às liberdades fundamentais, à coexistência pacífica, de podermos todos ser cidadãos deste país”, disse ainda.
Isto, numa alusão às alterações no país, com a chegada ao poder de João Lourenço, empossado como Presidente da República de Angola em setembro, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos, alvo da dura crítica, ao longo dos últimos anos, de Luaty Beirão e outros ativistas angolanos.
“Este é mais um desses testes, se não houver censura já é uma boa coisa, é um indício que pode estar a haver uma mudança de postura em relação às vozes dissonantes”, apontou.
O ‘rapper’, luso-angolano, foi um dos 17 ativistas condenados a penas de prisão pelo tribunal de Luanda, a 28 de março, por rebelião e associação de malfeitores, depois de ter já passado seis meses em prisão preventiva, após a detenção a 20 de junho de 2015.
O Correio da Kianda promete apresentar nos próximos dias, mais dados sobre este assunto.