Politica
Líderes juvenis mostram-se receosos com transparência na atribuição do Prémio Nacional da Juventude
Os líderes juvenis dos partidos políticos na oposição com assento no parlamento e activistas mostram-se receosos com a transparência na atribuição do Prémio Nacional da Juventude.
O Prémio, que foi instituído na passada sexta-feira, 26, durante reunião do Conselho de Ministros, será atribuído aos jovens angolanos, com idade até 35 anos, que se destacarem em diversas acções por via do trabalho, da educação, da formação, do voluntariado, do associativismo, do desporto, da solidariedade, da criatividade, do patriotismo e do empreendedorismo.
O líder da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), braço juvenil da UNITA, Agustinho Kamuango Lopes, apela ao “Ministério da Juventude e Desporto a inclusão de todos os jovens angolanos sem olhar cores partidárias, crenças ou regiões de origem”, declara receoso e aproveita para também “louvar a iniciativa do Executivo em atribuir o prémio à juventude” e reforçar que “não sejam distinguidos simplesmente os jovens ligados à JMPLA”.
Por sua vez, o líder da Juventude Patriótica de Angola (JPA), da Coligação CASA – CE, Eduardo Garcia, afirma que o prémio não devia ser prioridade do Executivo, enquanto a juventude angolana enfrenta diversos problemas sociais:
“Os jovens precisam de emprego, habitação e incentivo ao empreendedorismo e não de prémios”, disse. Para Garcia, Angola já teve vários prémios, mas os vencedores, segundo ele, “sempre foram jovens próximos ao partido no poder”.
Já o secretário nacional da Juventude de Renovação Social (JURS), juventude do PRS, Gaspar dos Santos Fernandes, espera que o novo executivo, liderado pelo presidente João Lourenço, tenha uma postura diferente do antigo executivo do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que, segundo o jovem, “olhava só para os feitos dos jovens ligados à JMPLA”.
“A premiação é bem-vinda porque irá valorizar os esforços e feitos dos jovens angolanos que há muito tempo não são tidos nem achados. Mas, a experiência dos vícios das premiações passadas, obriga-nos apelar pela isenção e transparência na indicação do Prémio Nacional da Juventude”, declara.
O líder do Movimento dos Estudantes de Angola (MEA), Francisco Teixeira, elogia a iniciativa do executivo, mas também receia que haja partidarização.
“O Prémio Nacional da Juventude vem em boa hora. Irá estimular os jovens a investigarem mais, terem maior criatividade em diversas áreas. Mas espero que estes prémios não sejam para reconhecer quem foi mais destacado ao serviço da JMPLA”, disse.
A premiação passará a ser organizada anualmente, em uma cerimónia e os vencedores, para além de uma quantia em dinheiro, no valor de um milhão de Kwanzas também receberão um troféu e um certificado.
As modalidades a premiar serão Empreendedorismo Juvenil; Associativismo e Voluntariado Juvenil; Ensino, Extensão e Investigação; Empresariado Juvenil; Superação, Solidariedade e Comunidade; Cultura e Artes; Desporto; Criatividade e Inovação.