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Liderança de João Lourenço na União Africana divide opinião de analistas

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A liderança do Presidente da República de Angola na União Africana tem criado expectativas e dividido opiniões entre juristas, políticos, académicos, sociólogos e a sociedade civil no continente africano, e não só.

Para o cientista politico Eurico Gonçalves, com a liderança presidencial de João Lourenço na União Africana, o povo angolano poderá ter como ganhos a erradicação da pobreza e fome, a afirmação de uma liderança política angolana, o reforço de uma política externa, maiores investimentos tecnológicos, crescimento e desenvolvimento económico, ciência, inovação, modernização e oportunidade para a juventude.

Angola tem um papel profundo para por fim aos desafios que o continente vive, logo a liderança presencial angolana junto da UA terá desafios e ameaças, por isso, o novo líder deve estar preparado para responder a altura as demais situações“, assegurou o cientista político.

Para o jurista Fernando Cawewe, a criação da União Africana esteve assente nos propósitos de promoção da democracia, desenvolvimento económico e os direitos humanos no continente africano. Os exemplos históricos da existência da União Africana são considerados pelo jurista como negativos, por entender que os seus feitos não são compatíveis com a sua génese.

Dos 55 países que compõem a UA, até a data presente não foi possível instituir a moeda única, assim como fez a União Europeia, por isso, entende que a instituição é “uma mera imitação da União Europeia”, o que coloca a organização numa falha na realização dos seus propósitos.

Para contrapor as falhas existentes na União Africana, o jurista sugere ao novo líder da organização exercer um trabalho diferente para demostrar a existência e a essência da organização.

“O continente africano continua subdesenvolvimento por não conseguir, até ao momento, realizar o sonho dos seus povos. Os conflitos no continente são apaziguados pela intervenção das forças americanas, asiáticas e europeias”, o jurista questionou assim o funcionamento da UA.

Para ele, a União Africana seria uma instituição de relevo para todos os africanos com trabalhos vultos, que desde a sua existência não conheceu um desenvolvimento sustentável.

Trabalho árduo 

A liderança do chefe de estado angolano na presidência rotativa da União Africana não garante benefícios directos à Angola por entender que o país debate-se ainda com vários problemas sociais básicos, logo o facto de assumir a UA não traduz em benefícios ao país. Para contrapor o cenário, o jurista sugeriu um trabalho árduo a João Lourenço.

“O continente africano nos últimos dias se debate com vários problemas desde conflitos, desempregos, golpe de estado, doenças, má relação com outros países, tendo o conflito entre o Ruanda e a República Democrática do Congo como um dos grandes desafios, logo, o então considerado campeão da paz e novo líder da UA tem grandes desafios no que toca a recomposição da paz e segurança no continente”.

Esta é a visão apresentada pelo sociólogo Agostinho Paulo, que na sua abordagem sugeriu ao novo líder um olhar especial para a África na busca e regaste da essência do pan-africanismo, unidade e conservação.

Com a liderança do Chefe de Estado, Angola foi catapultada ao mais elevado nível de projecção africana. o sociólogo entende que João Lourenço tem a responsabilidade de mediar estes conflitos com a envolvência de outros presidentes, para sensibilizar os líderes em conversações com a finalidade de reduzir os conflitos em várias esferas do berço da humanidade.

Contudo, a UA tem um mandato de um ano, tempo considerado insuficiente pelo especialista, para realização de todos os problemas, por isso, os próximos liderados da organização terão de trabalhar fortemente para um continente independente e livre.

Em Adis Abeba, Etiópia, foi empossado no sábado último, 15 de Fevereiro, o Chefe de Estado, João Lourenço, como Presidente em exercício da União Africana. Na maior tribuna da política e diplomacia do continente, durante o seu discurso, definiu as balizas de actuação da sua presidência que não se distanciou dos ganhos já conquistados em Angola, com realce a paz e segurança.

Defendeu a necessidade da criação de uma “estratégia bem definida” para que se alcancem benefícios significativos do facto de a UA integrar o G20.

Durante o primeiro discurso de aceitação na sede da União Africana, na 38.ª Sessão dos Chefes de Estado e de Governo da organização continental, João Lourenço assegurou que esta estratégia constitui uma conquista essencial para garantir que continente seja parte activa nas decisões económicas globais.

João Lourenço comprometeu-se neste ano da presidência angolana, trabalhar em coordenação com a Comissão da União Africana, para mobilizar maiores recursos financeiros por via do reforço da quotização de cada Estado Membro, para que possa se dotar dos recursos necessários à realização de projectos e programas a nível continental, reduzindo assim a dependência relativamente ao financiamento externo.

A União Africana (UA) é a organização internacional consistindo de 55 países que promove a integração entre os países do continente africano nos mais diferentes aspectos. A UA foi anunciada na Declaração de Sirte em Sirte, Líbia, a 9 de Setembro de 1999. O Bloco foi fundado a 26 de maio de 2001 em Adis Abeba, Etiópia, e lançado a 9 de Julho de 2002 em Durban, África do Sul.

Ajuda na promoção da democracia, direitos humanos e desenvolvimento económico na África, especialmente no aumento dos investimentos estrangeiros por meio do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África.

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