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Lançamento do Satélite angolano amanhã é destaque na imprensa mundial

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A Televisão Pública de Angola (TPA) e a TV Zimbo estão a criar as condições técnicas para transmitirem em directo, às 19 horas da próxima terça-feira, a partir da base de Baikonur, no Cazaquistão, a cerimónia de lançamento em órbita do Angosat, primeiro satélite angolano construído pela Rússia.

A informação foi tornada pública na quinta-feira, em Luanda, no decurso de um encontro que o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, manteve com jornalistas na qualidade de coordenador geral do Programa Espacial Nacional. O director-geral do Canal 1 da TPA, Paulo Julião, confirmou a presença já no Cazaquistão de uma equipa para fazer ensaios no terreno para a transmissão em directo da cerimónia, na próxima terça-feira.

O satélite entra em órbita pelas 19 horas, depois de concluída a sua fase de integração noo módulo lançador. O lançamento vai ser feito por meio do foguete transportador ucraniano Zenit. O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação explicou que, apesar de o acto de lançamento estar previsto para 26 de Dezembro, há uma margem de erro de até 48 horas. O responsável acentuou que há uma janela de tolerância para o lançamento do satélite angolano, que vai até 28 de Dezembro, última data admitida para o efeito.

Após o acto de lançamento, o satélite vai levar sete horas entrar em órbita e depois será submetido a testes, entre dois e três meses. Findo este período, o equipamento vai estar apto para ser usado, até completar os 15 anos previstos de vida útil.
José Carvalho da Rocha referiu que o Angosat é só uma “peça no xadrez”de infra-estruturas de telecomunicações do país, que se vai juntar aos 20 mil quilómetros de fibra óptica já existentes.

Comercialização

O ministro indicou disse que depois dos testes o Angosat 1, um investimento do Estado angolano de 320 milhões de dólares, vai estar disponível para comercialização. “Neste momento, já temos reservada cerca de 40 por cento da capacidade do Angosat e nós vamos continuar a fazer o ‘marketing’ para continuarmos a aumentar essa reserva”, disse o ministro. José Carvalho da Rocha referiu que o Estado prevê recuperar este investimento em pelo menos dois anos, para poder continuar a produzir outros satélites. “As nossas operadoras, todas elas juntas, para poderem prestar o serviço de telefonia móvel e outros, alugam elemento espacial em outros satélites, que dominam essa nossa região. E todas elas juntas gastam em média por mês entre 15 a 20 milhões de dólares ”, salientou.

O ministro estimou que para a recuperação do investimento, olhando a valores mínimos de 15 milhões de dólares norte-americanos, dois anos são suficientes para atingir a meta preconizada.

O Angosat 1 foi construído por um consórcio estatal russo e o seu lançamento será feito com recurso ao foguete ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo ainda a Roscosmos, empresa estatal espacial da Rússia.

Estas infra-estruturas, associadas ao investimento de 320 milhões do Angosat1, vão reduzir os custos de todas as operadoras, que rondam entre os 15 e 20 milhões de dólares norte-americanos por mês, permitindo a diminuição de gastos com as telecomunicações.

Especificidades técnicas

O Angosat pesa 1.055 quilogramas e possui 262.4 quilogramas de carga útil. Vai ficar na posição orbital 14.5 E, desenvolvendo uma potência de 3.753 W, na banda CKu, com 16C+6Ku repetidores.

Como satélite geoestacionário artificial, vai estar localizado a 36 mil quilómetros acima do nível do mar e a sua velocidade vai coincidir com o da rotação da terra, devendo cobrir um terço do globo terrestre. O centro de controlo e emissão de satélites do Angosat encontra-se na comuna da Funda, a norte da província de Luanda. O satélite é seguido por um centro primário de controlo e missão em Angola e outro secundário na Rússia, em Korolev.

O projecto Angosat é resultado de um estudo sobre a viabilidade da produção de um satélite angolano, efectuado pela Comissão Interministerial de Coordenação Geral do Projecto de Telecomunicações via Satélite de Apoio Multissectorial, criada por Despacho Presidencial nº 21/06, de 21 de Junho.

O estudo contou com a colaboração de um consórcio russo liderado pela empresa Rosobonexport, RSD Energia. Em 2009 foi firmado o contrato entre Angola e a Rússia, representados pelo Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e FSUE Rosoboronexport, respectivamente, para a construção, lançamento e operação do satélite.

Angosat é a denominação do primeiro satélite angolano geoestacionário, que vai criar oportunidades de expansão dos serviços de comunicação via satélite, acesso à Internet, à rádio e transmissão televisiva.

Um dos propósitos desse projecto  é a criação de competências nacionais no domínio das tecnologias de comunicação por satélite. Este é um dos sete projectos do programa.

A aposta no espaço, para que as comunicações cheguem a todo o país, começou com 10 anos de negociações entre Angola e a Rússia, seguindo-se a construção do satélite em 2013.

O Governo pretende fazer do país uma referência no âmbito das comunicações, com reconhecimento mundial na criação e capacitação de quadros altamente qualificados nas áreas de Engenharia e Tecnologia espacial. Outro propósito é apoiar o desenvolvimento sustentável, a defesa e segurança do Estado, através da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais, contribuindo para o posicionamento de Angola como um dos líderes nesta área em África.




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