Sociedade
“Justiça que ignora classe mais necessitada, sentencia sociedade para violência”
O Ministério Público recuperou mais de 800 milhões de dólares norte-americanos, durante o ano de 2024, a favor do Estado angolano, fruto da apreensão de bens móveis, imóveis, participações sociais e valores monetários.
A revelação foi feita esta sexta-feira, na cidade do Uíge, pelo Procurador-Geral da República, Helder Pita Gróz, quando intervinha na cerimónia de abertura do ano Judicial 2025, que decorreu sob lema “Por uma justiça célere e eficiente, modernizemos os tribunais e valorizemos os operadores de justiça”.
Pita Gróz, anunciou a modernização dos órgãos judiciários com a introdução da componente tecnológica, cujo processo que está em curso e apresenta resultados animadores, poderá facilitar o controlo dos prazos processuais e da prisão preventiva, e fiscalizar as penas aplicadas pelos tribunais.
Na ocasião, o Bastonário da Ordem dos Advogados, José Luís Domingos, disse que há juízes e advogados corruptos, por isso, defendeu coragem para denunciar actos de corrupção.
“A reforma da justiça angolana não é apenas uma necessidade, mas um imperativo moral e social. “A justiça que ignora os mais necessitados, sentencia uma sociedade para violência, a insegurança, e a desumanização” destacou o Bastonário.
E o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, defendeu uma justiça independente, célere, e igual para todos, tendo em vista o sentido de equidade para garantir a força e autoridade sem autoritarismo.
Adão de Almeida defendeu um sistema judiciário ao serviço da sociedade, exigindo também que este, esteja atento as várias dinâmicas, e que seja capaz de responder assertivamente aos novos fenómenos, como o contrabando de combustíveis, vandalização de bens públicos, exploração ilegal de minerais, mineração de criptomoedas, entre outros. “Crimes que têm vindo a crescer no nosso país, devem merecer de todos nós, e de forma particular do sistema judiciário, uma abordagem pronta e veemente, tanto para os autores directos e quanto para os incentivadores.
O Ano Judiciário foi aberto oficialmente nesta sexta-feira, na cidade do Uíge, pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, em representação do titular do poder Executivo, João Lourenço.